Câmara de Belo Horizonte

Vereadores alegam que representante da Vale se esquiva de perguntas em CPI

Parlamentares avaliam medidas adotadas pela mineradora após rompimento de barragem de Brumadinho

Ter, 30/07/19 - 14h51
Bella Gonçalves (Psol) diz que representantes da Vale fogem de perguntas de vereadores na CPI das Barragens | Foto: Fred Magno

Vereadores que compõem a CPI das Barragens instaurada na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) para apurar possíveis danos ao abastecimento de água da capital mineira, após o rompimento da barragem B1/B2 da Mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho, se dizem insatisfeitos com as explicações da mineradora Vale durante oitiva promovida na manhã dessa terça-feira (30). 

Parlamentares reclamam que a empresa tem se esquivado de perguntas referentes à tragédia e apresentado poucos dados à CPI. “Eles se esquivaram de perguntas em relação ao crime em si, ao interesse de continuar explorando barragens e se esquivaram em relação a vários processos. A gente espera que seja tomada com ainda mais seriedade esse risco de desabastecimento da região metropolitana. A Copasa informou que se acontecer qualquer coisa com o Sistema de Abastecimento do Rio das Velhas, demora apenas sete horas para a água da Região Metropolitana acabar”, avaliou a vereadora Bella Gonçalves (PSOL)

Atualmente, o abastecimento de água da RMBH é feito por reservatórios e pelo Sistema Rio das Velhas. Em janeiro, a Copasa suspendeu a captação de água do Sistema do Rio Paraopeba, que representa 43% do abastecimento da região. Parte do rio foi atingido pelos rejeitos oriundos da barragem que se rompeu.  

De acordo com os vereadores, dados da Copasa dão conta que de que se o abastecimento do sistema não for rapidamente normalizado, parte da RMBH corre o risco de ficar sem água já em março de 2020. Apesar disso, a Vale se comprometeu em acordo na Justiça, a entregar obras do novo ponto de captação do Rio Paraopeba, apenas em 2020. O novo ponto seria acima do local onde os rejeitos atingiram o rio. 

“Eles pretendem entregar a obra em setembro, a Copasa nos disse que estava pressionando, tentando adiantar esses prazos, até porque não faz sentido porque quando a captação foi construída de forma pública, demorou bem menos tempo”, questionou Bella Gonçalves.

Na obra serão gastos R$ 436 milhões. Também estão previstos a construção de muros de contenção no entorno do Sistema de Captação de Água do Rio das Velhas. A expectativa é de que as obras sejam entegues em outubro deste ano e sejam gastos R$ 8 milhões. Durante a oitiva na CPI, os representantes da Vale não quiseram conversar com a imprensa.

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