Em Minas Gerais, há 525 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, e outros 47.715 são investigados pelas entidades de saúde no Estado por suspeita de contaminação pela Covid-19.

Há nove mortes por coronavírus em Minas.

Resumo dos casos de coronavírus em Minas nesta segunda-feira

  • 525 casos confirmados em Minas
  • 47.715 casos suspeitos
  • 9 mortes confirmadas
  • 119 óbitos em investigação
  • 260 infecções em Belo Horizonte

A maioria dos casos de coronavírus em Minas é em Belo Horizonte, onde há 260 pessoas com diagnóstico positivo para a doença, o que representa 49,5% das notificações. No domingo, havia 259 habitantes da capital com a infecção.

Foi confirmada uma nova morte na capital causada pela Covid-19, de um idoso de 82 anos, que morreu nesse domingo. Agora há quatro óbitos na cidade causados pelo coronavírus.

A prefeitura de Pouso Alegre, no Sul de Minas, confirmou a morte de um paciente, mas o caso não entrou no informe da Secretaria de Estado de Saúde (SES) desta segunda-feira.

O número de óbitos em investigação aumentou, indo para 119, ante 84 suspeitas nesse domingo. Isso representa aumento de aproximadamente 42% na quantidade de notificações. No sábado, havia 64 registros de óbitos estudados pela SES.

No boletim anterior, desse domingo (5), havia 498 casos confirmados de coronavírus em Minas, 47.078 suspeitas e seis mortes. O número de casos investigados pelos órgãos de saúde em Minas cresceu em 637.

O informe desta segunda-feira representa aumento de aproximadamente 5,4% em relação ao divulgado no dia anterior. Entre sábado e domingo, avanço havia sido de 15,8% na quantidade de pessoas com a doença no Estado, percentual abaixo dos 33% balizados pelo Ministério da Saúde.

O aumento absoluto no número de casos entre sábado e domingo foi o maior desde que a SES começou a divulgar os boletins epidemiológicos para coronavírus, com 68 confirmações.

Antes, o recorde havia ocorrido entre quarta e quinta da semana passada, quando houve 56 novos diagnósticos positivos no Estado.

Casos "importados"

O município de Cambuí, na região Sul de Minas Gerais, confirmou nesse domingo (5) o aparecimento dos primeiros cinco casos confirmados de coronavírus na cidade.

Em comum, dois fatores: todos os cinco registros são de pessoas da mesma família, segundo a prefeitura, e todas elas viajaram recentemente para o Estado de São Paulo, região do Brasil onde há a maior concentração no número de casos e óbitos confirmados para a Covid-19.

O deslocamento de mineiros para São Paulo e o retorno acompanhado do surgimento dos primeiros sintomas podem se tornar um problema para o governo de Minas Gerais.

Aliás, a primeira morte registrada em Montes Claros, no Norte de Minas, também tem relação com o Estado vizinho, uma vez que se trata de um paciente de 69 anos com histórico de viagem a São Paulo. O único caso confirmado em Ubá, na Zona da Mata, também é “importado”.

Trata-se de uma mulher que, apesar de já ter recebido alta médica, percebeu o aparecimento dos primeiros sintomas da infecção após retornar de uma viagem para o Rio de Janeiro. Não se sabe quantos casos mais, dos 525 registrados no Estado, repetem esse quadro.

A reportagem de O TEMPO questionou o governo de Minas Gerais se alguma medida já está sendo adotada para evitar que os mineiros embarquem em viagens para essas regiões onde há elevado número de casos neste momento, considerado crítico da pandemia no Brasil.

Outra pergunta é se haverá fiscalização nas estradas e nos limites de municípios mineiros com os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, ou se carros e ônibus continuarão trafegando normalmente por essas regiões.

Através da Secretaria de Governo (Segov), o Estado declarou que as divisas municipais em Minas Gerais estão fechadas para a saída de ônibus de passageiros. Quanto as viagens interestaduais, o governo declarou que os ônibus com destino a outros estados não saem das rodoviárias. Contudo, as estradas permanecem abertas, como esclareceu a secretaria em nota: "O Estado orientou a todos os municípios que não fechem as rodovias, elas são de fundamental importância para o escoamento da produção, especialmente de alimentos. O Governo também recomenda que seja mantida aberta toda a estrutura para a circulação dos caminhoneiros nas estradas". 

Casos aumentam no interior

Segundo fontes da SES, o número de confirmações de coronavírus no interior do Estado está crescendo, e cada dia mais exames registram diagnóstico positivo para pessoas em regiões distantes da capital.

Entre as cidades com casos confirmados nesta segunda-feira estão Machado, Jeceaba, Janaúba, Divinésia e Ubá. Suspeita, segundo relatado à reportagem, é que novos casos podem ter relação com o Estado de São Paulo.

Mortes em Belo Horizonte, Montes Claros, Ouro Fino e Pouso Alegre

As quatro mortes mais recentes confirmadas por coronavírus no Estado são de Belo Horizonte, capital do Estado, Montes Claros, no Norte de Minas, Ouro Fino e Pouso Alegre, ambas na região Sul.

Em BH, a vítima foi um idoso de 82 anos, cuja identidade não foi confirmada pela SES. Ele começou a apresentar sintomas no último 24 de março e possuía histórico de hipertensão e hipotireoidismo. A vítima foi internada no 30 de março e faleceu nesse domingo.

A vítima de Montes Claros é Cláudio Manoel Ricardo, de 69 anos, que estava internado em um pronto-atendimento da cidade. O óbito aconteceu na quinta-feira (2) à noite, segundo a secretária de Saúde do município, Dulce Pimenta.

O prefeito afirmou que ele havia vindo de São Paulo apresentando sintomas da doença e procurou um posto de saúde.

Em Ouro Fino, a vítima é João Batista Bueno Filho, de 72 anos, morador de um bairro na zona rural da cidade. Ele morreu na terça-feira passada (31), nove dias após apresentar os primeiros sintomas do coronavírus e oito dias após ter sido internado em um hospital do município de Itajubá.

O homem começou a passar mal em 23 de março, após retornar de uma viagem de cruzeiro pelo Nordeste do Brasil. A mulher de João Batista esteve no navio com ele, que passou por Estados como Bahia e Ceará, mas não apresentou quaisquer sintomas – a previsão é que os exames dela saiam entre esta segunda-feira (6) e terça-feira (7).

Em Pouso Alegre, o paciente é José Raimundo Tadini, de 78 anos, que tinha problemas pulmonares prévios e estava internado havia dez dias no hospital Samuel Libânio. A vítima morava no bairro Costa Rios, e o corpo dele foi sepultado na manhã desta segunda-feira (6), sem velório.

Mortes anteriores

A primeira pessoa a morrer no Estado em decorrência do coronavírus foi uma de 82 anos, que morava em Belo Horizonte, mas estava internada em um hospital de Nova Lima, na região metropolitana da capital.

O segundo foi um homem de 66 anos, também belo-horizontino. Ambos tinham histórico de problemas cardíacos e diabetes mellitus. Contudo, nem todos os casos registrados de morte por coronavírus estão dentro do grupo de risco.

A terceira vítima da Covid-19 em Minas, um homem de 44 anos que morava em Mariana, na região Central do Estado, não apresenta, até agora, sinais de que tinha comorbidades anteriores ao vírus.

Segundo a SES, dois óbitos estão fora da faixa considerada como grupo de risco (entre 20 e 59 anos), e dois estão acima dos 80 anos.

A pasta informa que as mortes no Estado são de pessoas que moravam em Belo Horizonte, Contagem, Juiz de Fora, Mariana e São Gonçalo do Rio Preto, sem mais detalhes divulgados.

Na quinta-feira, a prefeitura de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, também confirmou duas mortes na cidade. As vítimas são uma mulher de 61 anos e um idoso de 80 anos, que morreu na segunda-feira (30).

A paciente de 61 anos, segundo esclareceu a Prefeitura de Uberlândia, permaneceu internada no Hospital Municipal da cidade até a morte. A Fundação Ezequiel Dias (Funed) e um laboratório particular receberam as amostras da senhora, e tanto a prova quanto a contraprova testaram positivo para o coronavírus. O óbito do octogenário foi confirmado pelo mesmo laboratório particular.

Isolamento social é defendido pela maioria da população, mas Zema Estuda flexibilizar quarentena

Segundo pesquisa Datafolha realizada entre os dias 1º e 3 de abril e divulgada nesta segunda-feira (6), cerca de 76% das pessoas no Brasil pelo instituto são favoráveis a manter o isolamento social nos moldes atuais para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus no Brasil.

O estudo, realizada por telefone, tem margem de erro de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos.

O resultado divulgado pela pesquisa mostra discordância da maior parte da população com o que tem defendido o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que vem demonstrando posicionamento favorável à reabertura do comércio e à retomada das atividades.

De acordo com o Datafolha, 8% dos entrevistados concordam com as ideias do chefe do Executivo nacional em relação ao isolamento, enquanto 6% não responderam à questão.

Em contramão dos resultados, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou, em entrevista à rádio Itatiaia nesta segunda-feira (6), que estuda flexibilizar o decreto de calamidade pública no Estado.

A medida, publicada no dia 20 de março, determina proibição do funcionamento do comércio e paralisação das atividades em escolas do sistema estadual em todos os municípios de Minas, a fim de reduzir a propagação do coronavírus.

“Nesta última semana, nós observamos que a quantidade de casos continua subindo, mas numa proporção menor, o que é um ótimo sinal. Então, nós podemos dizer o seguinte, o número de novos casos aumenta dia a dia, mas com uma tendência à estabilidade e, posteriormente, até a um decréscimo. Isso nos torna muito animados em relação a alguma medida de flexibilização para os próximos dias”, declarou o governador.

(Com Lara Alves)