BMG se associa ao banco Itaú

Créditos já em operação não serão alterados e nova empresa será gigante

Ter, 10/07/12 - 22h12
Créditos já em operação não serão alterados e nova empresa será gigante | Foto: COMUNICAÇÃO CORPORATIVA ITAÚ UNIBANCO/DIVULGAÇÃO

"Mineiro trabalha quieto, mas trabalha bem. Não faz propaganda e consegue as coisas". Foi assim que o vice-presidente executivo do BMG, Márcio Alaor de Araújo, definiu o sucesso da negociação, em apenas três dias, que definiu a associação do banco mineiro com o Itaú Unibanco, numa joint venture que vai se chamar Banco Itaú BMG Consignado S.A, que atuará especificamente com crédito consignado.

O anúncio aconteceu ontem, em São Paulo, pelo presidente executivo do Itaú, Roberto Setubal, e o presidente do BMG, Ricardo Pentagna Guimarães.

Uma nova taxa de juros do financiamento do crédito consignado ainda não foi pensada e nem detalhes operacionais da nova empresa, como, por exemplo, nome fantasia que terá na praça. "Está tudo muito fresco ainda", disse Ricardo Guimarães em coletiva à imprensa.

A nova empresa, que começa com capital social de R$ 1 bilhão, vai funcionar em São Paulo. O Itaú Unibanco terá o controle com 70% no capital social total e votante, e o BMG terá os 30% restantes. As negociações começaram no último dia 7 e terminaram no dia 9, à noite. "Fomos chamados no sábado para uma conversa, onde foi proposta uma joint venture e não precisava desfazer o BMG, que seria sócio do Itaú nela", contou Márcio Alaor.

Ele acredita que consiga operar num patamar R$ 800 milhões por mês na nova instituição, ante os R$ 500 milhões mensais que o BMG estava fazendo com crédito consignado. "O Itaú deve trazer para a nossa parceria três milhões de clientes", disse Alaor, que espera ver o BMG entre os dez maiores bancos do país. Márcio Alaor será o novo diretor comercial do Banco Itaú BMG Consignado S.A. O banco mineiro ainda terá a diretoria de cobrança, e o restante das diretorias fica com o Itaú.
A família Pentagna Guimarães, controladora do BMG, vai fazer um aporte de R$ 300 milhões no BMG que, por sua vez, fará aporte na joint venture criada em parceria com o Itaú. O banco comandando por Roberto Setubal fará aporte de R$ 700 milhões com dinheiro do próprio caixa.

O Itaú vai continuar operando no segmento, de forma independente, em sua rede de agências. Já o BMG vai seguir com as atuais operações próprias. A negociação não altera, assim, os contratos de crédito consignado vigentes. Daqui para frente, explica Alaor, os novos contratos captados pelo banco passam a fazer parte da joint venture, mas 30% deles podem ir para o BMG.

O presidente do BMG, Ricardo Guimarães, explicou que o foco do banco mineiro vai ser em produtos como recebíveis e financiamento de veículos e pode ainda desenvolver novos negócios, como cartões.

Carteira. O Itaú tem uma carteira de R$ 10 bilhões no consignado. Já o BMG tem R$ 29 bilhões. Setubal afirmou que a nova empresa criada será grande, com participação relevante no mercado. Já o presidente do BMG, Ricardo Guimarães, destacou que a operação é "ganha-ganha" e o banco mineiro vai ter melhor estrutura de funding (captação de recursos no mercado). O Itaú vai prover a instituição com até R$ 300 milhões por mês. Setubal destacou que o Itaú não tem a competência que o BMG tem no consignado, com uma ampla rede de correspondentes bancários. Por isso, a importância da associação com a instituição mineira.

"A expectativa é de que esse negócio dê uma acalmada no mercado", afirmou o analista de instituições financeiras da Austin Rating, Luís Miguel Santacreu.

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