Lição

Copasa explica 'manobras' para garantir fornecimento de água na estiagem extrema

Tragédia em Brumadinho, que contaminou rios com rejeitos de minério, forçou a companhia a criar as estratégias que são utilizadas hoje

Sex, 24/09/21 - 21h44
Rio das Velhas, na altura do distrito de Honório Bicalho | Foto: João Godinho / O Tempo

Mesmo com a seca histórica, a Copasa garantiu nesta sexta-feira (24) que não há risco de racionamento de água em Belo Horizonte e demais cidades da região metropolitana. A companhia informou que se preparou para enfrentar o momento criando "manobras operacionais". 

A tragédia em Brumadinho, que contaminou rios do Estado e deixou 270 mortos, forçou a empresa a desenvolver as estratégias que estão sendo adotadas neste ano. "Após o rompimento da Barragem B1, e a impossibilidade de captação de água no rio, o Sistema Paraopeba voltou a depender exclusivamente dos volumes acumulados nas represas do rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores para abastecimento da RMBH", explicou.

Desde então, a empresa trabalha com uma menor oferta de água para manter o abastecimento sem interrupções. Vários tipos de intervenções foram adotadas, sendo uma delas o remanejamento de água. Nos últimos dois anos, a Copasa passou a transferir o líquido do Sistema Rio das Velhas para o Sistema Paraopeba, o que permite maior equilíbrio entre os sistemas de produção. 

Confira 10 dicas para não desperdiçar água e economizar na conta no fim do mês

"Em períodos de grande vazão do rio da Velhas, o volume permitido de captação tem aproveitamento integral para o abastecimento e, assim, diminui o uso do que é reservado nas represas. Dessa maneira, acumula-se mais água para o período de estiagem", detalhou a empresa. 

Chuva guardada

Além disso, as chuvas expressivas registradas no ano passado foram "guardadas" para uso neste ano. Os reservatórios continuam cheios em 2021 também por conta dos volumes de precipitações acumulados. A Copasa também reduziu a captação no Rio das Velhas e está priorizando a utilização da água do Sistema Paraopeba para o abastecimento da região. 

"É importante destacar que a segurança hídrica permanente do abastecimento da RMBH ainda depende da efetiva entrada em operação da nova captação no Rio Paraopeba, ainda em implantação pela Vale", frisou.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.