Atenção, motorista

Gasolina começa 2023 mais cara em BH e região, mesmo sem impostos federais

Governo Lula publicou, nesta segunda-feira (2), Medida Provisória que mantém desoneração de tributos sobre combustíveis

Seg, 02/01/23 - 11h45
Preço dos combustíveis ficou mais caro em BH e região na virada do ano; entenda cenário de alta | Foto: Videopress Produtora

O ano começou mais caro para o motorista em Belo Horizonte e região. A reportagem colheu relatos e também verificou aumentos de até R$ 1, desde o final de semana, no valor da gasolina na capital e em Contagem. Em casos pontuais, ela se aproxima de R$ 6.

A alta ocorre mesmo após o presidente Lula (PT) garantir que manterá os impostos federais sobre a gasolina e o etanol zerados por pelo menos mais dois meses e sobre o diesel, por um ano. Sem essa medida, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo (Minaspetro) avalia que haveria aumentos de R$ 1, R$ 0,50 e R$ 0,40 no litro da gasolina, do etanol e do diesel, respectivamente.

No final da manhã desta segunda-feira (2), o governo Lula publicou a Medida Provisória (MP) que mantém a desoneração dos combustíveis oficialmente e ela já está valendo. Poucas horas antes, o Minaspetro justificou, em nota, que a medida anunciada por Lula não havia sido publicada no Diário Oficial da União (DOU) até então, por isso postos que compraram combustível a partir de domingo (1º) adquiriram o produto com impostos federais. “Diante desse aumento de tributos, em sequência à perceptível alta do final de ano em função de repasse das distribuidoras pelo aumento da demanda, já observa-se postos carregados com estoques mais caros, estoques esses que podem durar por alguns dias”, disse o sindicato. Ele também ressaltou que os impostos não são recolhidos pelos próprios postos, por isso os preços só ficarão mais baratos na bomba quando as distribuidoras deixarem de repassar os valores referentes à tributação.

Por outro lado, alguns gerentes de postos consultados pela reportagem afirmam que não estão com combustível novo nas bombas. Em outros, que o combustível chegou com o mesmo preço das distribuidoras, sem acréscimo de tributos. O próprio Minaspetro afirmou, na última semana, que os aumentos dos últimos dias devia-se à alta da demanda, devido às festas de final de ano. O sindicato eximia os estabelecimentos pela responsabilidade pelos preços, que seria das distribuidoras, segundo ele. A reportagem entrou em contato com a Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Bicombustíveis (Federação Brasilcom), que declarou não comentar questões de preço.

Consumidores encontram combustível mais caro e reclamam de postos

Entre os dias 20 e 23 de dezembro, a média de preço da gasolina em BH e região era de R$ 4,79 e a do etanol, R$ 3,80, segundo o levantamento mais recente do site de pesquisa Mercado Mineiro. Desde então, a Petrobras não efetuou aumentos — mas o aquecimento da demanda pressionou os valores, de acordo com o Minaspetro. Motoristas têm notado altas nos postos nos últimos dias e reclamam da variação. 

"Eu creio que está havendo uma desorientação. Cada dono de posto está colocando um preço e a gente sabe que não mudou nada", diz Pedro Gabriel, ouvido pela reportagem na manhã desta segunda. “Agora está complicado, porque a cada dia que passa os valores estão aumentando e, para quem trabalha com entrega, isso é péssimo, porque a gente continua ganhando mixaria", concorda Fernando Alves.

Além de gastar mais com a gasolina, o consumidor que deseja economizar consome combustível para pesquisar ao redor da cidade, aponta o motorista Vitor Dorneli. “Essa falta de equidade faz com que a gente, que é consumidor, perca dinheiro. A diferença de preços está de quase R$ 0,50 e a gente tem que procurar, ou paga caro sem saber", conclui.

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