Triângulo

GDSolar anuncia R$ 305 milhões para Minas Gerais até o fim de 2021

Até março do próximo ano, empresa já vai investir R$ 105 milhões em 11 usinas fotovoltaicas

Por Queila Ariadne
Publicado em 15 de outubro de 2020 | 03:00
 
 
Planta da GD Solar em Buritizeiro, no Note de Minas; empresa é de São Paulo, mas concentra 40% do negócio em Minas Gerais Foto: GDSolar/Divulgação

A energia solar vem ganhando destaque em Minas Gerais e diversificando as fontes de riqueza do Estado que, até então, sempre teve a mineração como referência econômica. Nessa terça-feira (14), a empresa paulista GDSolar anunciou mais de R$ 300 milhões de investimentos no Estado até 2021. De imediato, serão R$ 105 milhões para 11 novas usinas fotovoltaicas no Triângulo Mineiro. “Já tínhamos investido R$ 176 milhões em sete usinas na região Norte, com geração de 31 MW. Até o fim do primeiro trimestre do ano que vem, vamos dobrar essa capacidade, com mais 34 MW”, anuncia o CEO da GDSolar, Alexandre Gomes. 

Os outros R$ 200 milhões estão previstos para serem investidos até o fim de 2021. “Até lá, vamos passar de 18 para 35 usinas”, anuncia Gomes. Apesar da sede da empresa ser em São Paulo, Minas concentra 40% dos negócios do grupo. “Além de reunir as melhores condições climáticas, o Estado tem uma política de incentivos ao consumo de energia solar”, justifica Gomes.

Atualmente, Minas responde por um quinto (19,9%) da geração distribuída do país, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Em seguida, aparecem Rio Grande do Sul e São Paulo, com 12,5% cada.

O secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, destaca que Minas tem o melhor índice solarimétrico do mundo, mas, além dos fatores climáticos, o plano de incentivos oferecido pelo governo justifica a ampliação dos investimentos. “É o único Estado que oferece o mapa de disponibilidade de transmissão de energia, modelo que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estuda incluir como política nacional”, destaca. 

Passalio explica que, antes do mapa, quem queria investir em energia solar precisava primeiro alugar as fazendas. “Só depois a pessoa sabia se tinha linhas de transmissão disponíveis. Agora, entra no site da Cemig, joga as coordenadas, e já sabe”, ressalta. 

Segundo ele, a energia solar tem dividido a cena com a mineração, no topo do ranking das principais atividades econômicas. “Traz muitas oportunidades de geração de riqueza e empregos, principalmente para áreas mais pobres, como o Norte de Minas. Só lá, temos R$ 28 bilhões de negócios de energia solar formalizados e mais R$ 18 bilhões em negociação”, explica. Ao todo, Minas tem R$ 56,14 bilhões de investimentos fechados ou previstos.

Presença da GDSolar em Minas

Investimentos já realizados

R$ 176 milhões
Total de usinas que já estão em operação: 7 plantas 
Localização: Várzea da Palma, Jaíba, Janaúba, Buritizeiro e Brasília de Minas, todas no Norte de Minas
Capacidade de geração: 31 MW

Até o 1º trimestre de 2021:
R$ 105 milhões
11 novas usinas em Iraí de Minas, Guarda mor, Ibiá
Nova Ponte, Frutal e Inimutaba, nas regiões Central e Triângulo Mineiro
Capacidade de 34 MW

Até o fim de 2021:
R$ 200 milhões
18 usinas, regiões a definir

 

Paracatu vai ganhar usina da Solatio Energia Livre

Até o fim de outubro, a Solatio Energia Livre vai inaugurar uma usina fotovoltaica em Paracatu, no Noroeste mineiro. O investimento é da ordem de R$ 32 milhões. Atualmente, essa região do Estado concentra R$ 5,7 bilhões de investimentos confirmados e previstos, segundo balanço da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Indi).

Até 2023, a Solatio Energia Livre vai investir mais cerca de R$ 21 bilhões em usinas fotovoltaicas no Estado de Minas Gerais. “Desse total, R$ 1 bilhão estão destinados à geração distribuída, para atendimento a residências e pequenos estabelecimentos comerciais, e os outros R$ 20 bilhões a usinas de grande porte”, destaca o CEO da empresa, Walter Fróes. Além de Paracatu, a Solatio também vai instalar usinas em Mirabela, Pirapora, Janaúba e Manga, no Norte de Minas.