Depois de caminhar quatro dias pelas ruas de Belo Horizonte empunhando um cartaz com pedido de emprego sem uma única ligação, o aposentado João Cláudio Pinto Viana, 70, se surpreendeu com o número de telefonemas que recebeu após ter sua história contada pelos jornais O TEMPO e Super Notícia. Foram oito chamadas no último sábado, quando a matéria foi publicada. Agora, Viana analisa as propostas de emprego que chegaram até ele.
O aposentado contou que teve ofertas de emprego como frentista, motorista de aplicativo, vendedor de flores, entre outras atividades. “Ofereceram até ônibus para dirigir”, relatou Viana, que só é habilitado na categoria B.
Mesmo com tantas oportunidades, ele não assinou contrato com nenhuma empresa por enquanto e espera surgir uma vaga com salário a partir de R$ 1.200. Além disso, o idoso disse que vai dar preferência para um trabalho que não demande grande esforço físico devido a sua idade.
Ele tem experiência de 20 anos como vendedor e mora em Contagem, na região metropolitana de BH.
Reflexo. Viana exemplifica uma triste estatística do Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 7,9% das pessoas com mais de 60 anos estavam ocupadas no país no terceiro trimestre do ano passado.
Na semana passada, entre segunda-feira e na tarde de sexta-feira, os postos do Sine na capital receberam 22 currículos de pessoas com mais de 60 anos. O mais velho entre eles tinha 74 anos.