A Fiat pode assumir General Motors (GM) na Europa e na América Latina. O acordo faria da montadora italiana a segunda maior da indústria automotiva do mundo. A informação é da agência Automotive Business, especializada no setor automotivo.
Segundo o site, recentemente Fritz Henderson, presidente da GM, revelou ter seis potenciais interessados na aquisição da divisão Opel/Vauxhall. Um deles pode ser a Fiat, que além da união com a Chrysler, estaria planejando, também, assumir as operações da General Motors na Europa e América Latina.
Ainda sem nada confirmado, o acordo faria da Fiat o segundo maior grupo automotivo do mundo, atrás apenas da Toyota.
A agência ainda afirma que o novo acordo não significa a desistência da parceria com a Chrysler, muito pelo contrário. A ideia é unir todas as marcas ao grupo Fiat, o que significaria mais de 7 milhões de carros produzidos por ano. Segundo o presidente da GM, a Opel e a Vauxhall também interessam a investidores e indústrias que não têm relação com o ramo automobilístico.
A especulação sobre a negociação ganha força com a declaração, feita ontem ao "Wall Street Journal", pelo diretor financeiro da General Motors, Ray Young. O executivo afirmou que a GM não descarta fazer um acordo com a montadora italiana Fiat, que está atualmente tentando fechar uma aliança com a Chrysler.
Já o executivo chefe da Fiat, Sergio Marcchionne, negou, ontem, em entrevista ao jornal "New York Times", que a montadora esteja interessada em adquirir as unidades da GM.
A General Motors Corp passa por sérios problemas financeiros. Planeja demitir 1.600 funcionários de funções gerenciais nos próximos dez dias. As demissões são parte do plano anunciado pela montadora em fevereiro para demitir 3.400 funcionários que ocupam funções gerenciais nos Estados Unidos. Até agora, a companhia já demitiu 47 mil funcionários, 26 mil deles fora do país de origem.
De volta para o passado. Há nove anos, a GM adquiriu 20% das ações da Fiat. A parceria uniu as linhas de montagem de motor e câmbio na Europa e América Latina. Os resultados financeiros eram divididos pela metade entre as empresas. Em 2005, a GM poderia exercer o direito de compra de 100% do grupo italiano, mas acabou não realizando o negócio por falta de recursos para a aquisição.
A desistência da parceria, por parte da GM, custou aos cofres da empresa US$ 2 bilhões previstos na rescisão de contrato com a Fiat. Um grande prejuízo, tanto financeiro como operacional, uma vez que a fabricante norte-americana já havia desembolsado outros US$ 2 bilhões, em 2000, na aquisição de parte da Fiat.
No vermelho
US$ 1 bi é o valor da dívida da GM que vence em 1º de julho deste ano
US$ 28 bi é o ônus do dívida que a General Motors quer trocar por ações
US$ 20 bi é o valor dos custos com planos de saúde dos empregados