Com 40 kits de xampu e condicionador no carrinho no Shopping Cidade, no Centro de Belo Horizonte, nesta sexta-feira (26),  a dona de casa Kátia Silva, 52, comemorava que conseguiu promoção nos itens, que ela estima que durarão até a próxima Black Friday. “Comprei por R$ 12 no aplicativo, mas no ano passado era R$ 9,90”, diz. Com a nova compra, ela diz esperar driblar novas altas da inflação até novembro de 2022. 

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Como Kátia, a estudante de psicologia Keila Mendes, 42, aproveitou o dia de descontos para comprar itens de supermercado. “Mercado é o que me chama mais atenção. O frango que compro a mais R$ 30 encontrei por R$ 24. Também comprei um micro-ondas por R$ 500 e pouco, sendo que estava R$ 699 antes. O próprio vendedor da loja me orientou a comprar no site, que estava mais barato”, conta. 

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O CEO do site Reclame Aqui, Edu Neves, diz que esta é uma “Black Friday” da mercearia”. “Isso deixa claro o momento inflacionário e difícil para as empresas e ainda mais para o consumidor. Itens de mercearia e higiene, por exemplo, são os únicos que restaram aos consumidores para buscar descontos reais, mostrando o momento contundente de inflação. De um lado estão as empresas sem conseguir fazer promoções, e do outro, os consumidores sem dinheiro”, analisa. 

A servidora pública Mariana Martins, 39, estava em busca de promoção de fraldas e lenços umedecidos para os filhos gêmeos, mas consultou uma farmácia no Centro sem sucesso. “Tudo está ficando mais caro. O leite mesmo que eu compro para os meninos estava R$ 62, duas unidades, e agora subiu para R$ 82. Mas pelo menos encontrei promoção para o presente de aniversário deles, que é semana que vem. Um carrinho que estava R$ 150 no Dia das Crianças eu comprei por R$ 80”, diz. 

Movimento tranquilo

O público circulava com intensidade pelo Shopping Cidade no final da manhã desta sexta. Algumas das lojas do shopping abriram às 6h para receber clientes, e o centro de compras só fechará às 23h, uma hora depois do habitual.

Apesar do movimento, o shopping não estava lotado por volta das 11h — o maior movimento, de acordo com o gerente de marketing do Shopping, Bruno Saliba, é esperado para o horário de almoço e para o início da noite.

“Esperamos 50 mil pessoas circulando hoje, geralmente são 35 mil. Estamos com uma previsão de aumentar de 10% a 15% a equipe do shopping para o final do ano, chegando a uma equipe de 3.400 pessoas”, acrescenta o gerente. Vagas abertas podem ser localizadas no site do shopping.

A caminho do shopping, descendo a avenida Augusto de Lima, no bairro Barro Preto, na região Centro-Sul, quase todas as lojas tinham cartazes anunciando a Black Friday, porém o movimento era baixo por volta das 10h. Já nas ruas próximas à Praça Sete, no início da tarde, a circulação de pessoas era intensa.