Trabalhadores da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na região metropolitana, realizam um protesto na entrada da empresa, na manhã desta segunda-feira (18), contra a privatização da unidade localizada na cidade e da própria Petrobras. Na semana passada, os petroleiros mineiros anunciaram estado de greve, e uma paralisação pode acontecer caso o processo de venda em Betim seja formalizado. 

O manifesto é realizado pelo Sindicato dos Petroleiros de Minas (Sindipetro/MG), com apoio de representantes da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Segundo o sindicato, o ato busca denunciar o sucateamento da refinaria mineira durante o processo de venda da unidade e a falta de transparência da Petrobras no processo de desestatização da Regap. Os petroleiros afirmam que, com a privatização da refinaria, poderia haver uma elevação nos preços dos combustíveis, como aconteceu com uma refinaria privatizada na Bahia. 

"Temos informação de  que a venda da Regap está para ser realizada. A categoria de Minas já aprovou uma greve se a assinatura acontecer. Também estamos manifestando contra a privatização da Petrobras. O governo Bolsonaro já anunciou que vai colocar um projeto de lei para votação pela privatização, e os petroleiros de todo o país vão entrar em greve caso a privatização seja aprovada. Essa será, provavelmente, a maior greve de petroleiros da história do país", afirma o diretor da Sindipetro/MG, Anselmo Braga.

O diretor do sindicato pediu apoio da população contra a privatização da refinaria que, conforme ele, "só trará malefícios para o povo de Minas". "Estamos hoje aqui em defesa da Petrobras estatal pública, a serviço do povo. Nós somos contra está política de preços que foi colocada para privatizar a Petrobras. Na refinaria que já foi vendida no Brasil, na Bahia, a venda de combustíveis já está mais cara do que no resto do Brasil. Então, já temos um exemplo claro do que pode acontecer em Minas caso essa venda aconteça", pontua.

A Petrobras não divulga informações sobre o processo de venda da Regap. A empresa foi obrigada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a vender oito refinarias para deixar de deter o monopólio sobre o refino de petróleo no Brasil e algumas transações foram concluídas, como as vendas da Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, Refinaria Isaac Sabbá, no Amazonas, e a Unidade de Industrialização de Xisto, no Paraná.

Por meio de nota, a Petrobras informou que plano de desinvestimento em refino representa, aproximadamente, 50% da capacidade de refino nacional, totalizando 1,1 milhão de barris por dia de petróleo processado, e considera a venda integral dos seguintes ativos: Refinaria Abreu e Lima (RNEST), Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), Refinaria Landulpho Alves (RLAM), Refinaria Gabriel Passos (REGAP), Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR), Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP), Refinaria Isaac Sabbá (REMAN) e Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (LUBNOR), bem como os ativos logísticos integrados a essas refinarias.

A venda dessas oito refinarias está sendo conduzida de acordo com o Decreto 9.188/2017 e a Sistemática de Desinvestimentos da Petrobras, de acordo com a empresa, por meio de processos competitivos independentes, os quais se encontram em diferentes estágios, conforme amplamente divulgados pela companhia.