O preço da cesta básica em BH teve seu maior recuo percentual desde julho de 2018 nesse último mês de maio, mostra levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), vinculada à UFMG. A pesquisa foi publicada nesta quinta (2) e traz o comparativo com abril deste ano.
Em valores absolutos, o kit de alimentos diminuiu de R$ 716,26 para R$ 680,80 – recuo de R$ 35,46. A diminuição é de 4,95%, a maior queda desde o encolhimento de 9,08% no sétimo mês de 2018.
A queda foi puxada, principalmente, pelo tomate. O preço do item diminuiu 27,4%, custando, em média, R$ 7,56 o quilo. As cotações da banana-caturra, chã de dentro, batata inglesa, manteiga, arroz e óleo de soja também recuaram.
Por outro lado, a Ipead registrou aumentos em outros produtos, como café moído, açúcar cristal, pão francês e feijão carioquinha, mas sempre variações pequenas, aquém dos 3%. As exceções são o leite pasteurizado e a farinha de trigo, que elevaram 11,64% e 10,54%, respectivamente.
O preço de R$ 680,80 significa que a cesta básica consome 56,17% do salário mínimo do trabalhador brasileiro. No ano, o kit de alimentos aumentou 11,82%, ainda que tenha recuado em maio. Esse crescimento é maior que a inflação de 2022, anotada em 4,59% em BH.
"É uma queda bem pontual, mas o grande responsável é o tomate, que teve uma diminuição considerável no preço. É um pequeno refresco, mas que requer bastante cuidado com relação à evolução dessa cesta nos próximos meses. A gente vê que ela está sofrendo bastante com as elevações substanciais dos produtos. O próprio tomate foi vilão por muitos meses, e agora é mocinho", diz Eduardo Antunes, gerente de pesquisa da Ipead.
Ele lembra, por exemplo, que há chances de a Petrobras reajustar novamente o preço dos combustíveis. "São vários fatores que influenciam indiretamente no preço das coisas. O diesel faz parte dos equipamentos de distribuição. Isso, de alguma forma, sempre chega ao consumidor. A economia do mundo inteiro está desequilibrada. É um momento de instabilidade", afirma Antunes.
IPCA em BH
Quanto à inflação geral do mês, a Ipead registrou aumento de 0,07% nos preços. Entre os itens pesquisados, os maiores reajustes aconteceram na alimentação dentro de casa (2,05%) e fora de casa (4,05%), sobretudo nos restaurantes (4,61%).
Também aumentaram os custos com habitação (1,11%) e com vestuário e complementos (6,25%). Por outro lado, houve diminuição no preço dos alimentos in natura (3,41% a menos que no mês anterior) e nos produtos administrados, como transporte, comunicação, energia elétrica e água (1,4%).
Os produtos e serviços que mais contribuíram para a inflação foram a passagem aérea (43,7%), refeição (2,03%), leite (7,26%), vestido adulto (20,98%) e o condomínio (1%).
Na contramão, os que mais baratearam foram a tarifa da energia elétrica (10,3%), o lanche (4,26%), excursões (2,07%) e o tapete (7,43%).