Não durou uma semana a posição do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) em relação ao respeito aos resultados das urnas. Ele disse, em Londres, em meio à viagem oficial para o funeral da Rainha Elizabeth II, que, se não vencer a eleição de 2022 no primeiro turno com mais de 60% dos votos, “algo de anormal” terá acontecido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável pela realização do pleito e contabilização do resultado. 

“Pelas minhas andanças pelo Brasil, em especial nos últimos dois meses, se nós não ganharmos no primeiro turno, algo de anormal aconteceu dentro do TSE”, afirmou, em entrevista para o SBT na capital da Inglaterra, deixando claro que não confia nos institutos de pesquisa – que colocam Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente dele, inclusive com chance de vitória – e tem dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral, que questiona desde que foi eleito, em 2018.

Em outro momento da entrevista, Bolsonaro afirmou que o que garante sua vitória é o “Data Povo”, como chama o apoio que recebe nas ruas. “Está bastante dividido, né, muito mais favorável a mim. Eu digo, se eu tiver menos de 60% dos votos, algo de anormal aconteceu no TSE tendo em vista obviamente o Data Povo que você mede pela quantidade de pessoas que não só vão nos meus eventos bem como nos recepcionam ao longo do percurso até chegar ao local do evento.”

Bolsonaro voltou a falar em possibilidade de fraude nas urnas após as mais recentes pesquisas contrariarem as expectativas da campanha bolsonarista e mostrarem um leve avanço de Lula e estabilidade e até queda do atual presidente nas intenções de voto.

Bolsonaro e correligionários esperavam uma guinada na campanha após os atos de 7 de Setembro, que levaram uma multidão às ruas, principalmente em Brasília e no Rio de Janeiro. Mas alguns levantamentos mostram a migração de votos de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) – terceiro e quarto colocados, respectivamente – para Lula.

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