O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, questionou "qual o problema" de comprar imóveis com dinheiro em espécie. A referência foi à reportagem do portal Uol, que revelou que o mandatário, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis desde 1990, dos quais pelo menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro em espécie, ou seja, em cédulas.

As compras com a utilização de dinheiro vivo totalizaram R$ 13,5 milhões nos registros em cartórios. Em valores corrigidos pelo IPCA, o montante equivale a R$ 25,6 milhões atualmente.

"Eu ouvi falar que tem uma imprensa aí pegando a variação patrimonial da minha família desde 1990. Por que eu?", perguntou. "Mas qual o problema comprar com dinheiro vivo o imóvel? Eu não sei o que está escrito na matéria. Qual o problema?", acrescentou.

Ao ser questionado sobre indícios de irregularidades nas transações, o presidente disparou: "Então tudo bem, investiga, meu deus do céu! Investiga". O mandatário afirmou que o caso não deve causar impacto à campanha dele à reeleição "porque quem está fazendo a matéria é um órgão de imprensa que não tem mais credibilidade no Brasil".

"O meu filho [Flávio] já foi investigado. Desde quando eu assumi, quatro anos de pancada em cima do Flávio, do Carlos, do Eduardo menos. Familiares meus do Vale do Ribeira, eu tenho cinco irmãos do Vale do Ribeira. O que eu tenho a ver com o negócio deles?", concluiu.

As declarações foram feitas em evento de campanha em Brasília (DF), nesta terça-feira (30). Durante cerca de uma hora, Bolsonaro respondeu a perguntas de empresários dos setores de comércio e serviços. Ele também chamou de "absurda" a operação da Polícia Federal contra empresários bolsonaristas com teor golpista e afirmou que a convocação do embaixador do Brasil pelo governo do Chile após críticas ao presidente Gabriel Boric é uma forma de "mostrar insatisfação".

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