E enquanto o tradicional Cortejo das Artes passeava em democrático clima de Carnaval, misturavam-se públicos. Indistintos, ensaiavam passinhos turistas e tiradentinos - só se notava quem é nascido ou criado na histórica cidade ao se flagrar velhos conhecidos se encontrando em todo o trajeto.
Caso da paulistana Cintia Dellalibera, 40, que, há oito anos abriu, na charmosa Rua Direita, a Tapioca Maria Bonita. No breve instante que parou para falar com a reportagem, interrompeu a fala para trocar uma dezenas de abraços. “O evento é maravilhoso, traz pessoas de cidades próximas e turistas. E esse momento, do Cortejo, é um no qual encontro todo mundo, porque todos vêm para a rua sentir a batucada no seu coração”, poetisa ela.
A empreendedora gastronômica espera encontrar brechas para se dedicar mais às sessões durante a semana, porque, a julgar pelo movimento na sua casa de tapiocas, terá muito, muito trabalho neste fim de semana.
As grandes filas para as sessões de curtas neste sábado chamaram atenção. E as pessoas se aglomeraram para disputar até as últimas vagas.
De Santa Catarina, Pâmella Medeiros Arruda, 31, é parte dessa gente com muita sede de cinema. Ela chegou para o evento, que prestigia pela primeira vez, cercada de amigos. “Está lindo, muito colorido e diverso”, elogia, se incorporando aos passistas que seguiam o cortejo.
Ela foi uma das que comemoraram o fato de “o tempo ter ficado bom, com um belo céu azul e sem nuvens”. Além disso, emendeu, “a energia está muito boa”. Ao fim do dia, ela ainda arrumou fôlego para assistir ao sarau do Grupo Galpão, trupe da qual se diz fã integral. Ah, sim. Nos outros dias, quer mergulhar nas linguagens apresentadas nos curtas selecionados
Em tempo: até o dia 1 de fevereiro, serão exibidos 113 filmes brasileiros (alguns em pré-estreias nacionais e mundiais) produzidos em 17 Estados, e divididos em 53 sessões. A expectativa de público, em nove dias, é de 35 mil pessoas - ou seja, cinco vezes a população local.