Artes plásticas

50 anos de arte do pintor e desenhista Carlos Wolney 

Redação O Tempo

Por Joyce Athiê
Publicado em 30 de abril de 2015 | 03:00
 
 
O artista Carlos Wolney é homenageado pelo Circuito Atelier maira cezarino

Foi quando a Escola Guignard funcionava ainda nos porões de uma construção inacabada, onde hoje está o Palácio das Artes, que Carlos Wolney iniciou sua carreira, ainda aos 16 anos, em plena ditadura militar, em 1965. A trajetória de 50 anos de arte do pintor, desenhista e gravador será homenageada em vídeo, livro e exposição que serão lançados amanhã, às 19h30, na Escola Guignard da UEMG.

Carlos nasceu em Formiga e, na bagagem, carrega duas graduações, em filosofia e artes plásticas, além do mestrado em artes visuais. Seu trabalho artístico é orientado por professores da Escola Guignard como Yara Tupinambá, Sara Ávila e Solange Botelho, além de Amilcar de Castro, que não foi seu professor, mas que juntos dividiram oportunidades de trabalho. “Minha formação deve muito a esse ambiente da Escola, além da máxima ‘liberdade e disciplina’, que reforçamos na instituição”, conta Carlos.

O artista acompanha o crescimento da Guignard desde os tempos quando ela era ainda um curso livre. Além de professor, ele já assumiu a direção da instituição e, atualmente, é o vice-diretor. “Minha vida é vinculada à Escola. Eu participei e contribui de certa forma para o reconhecimento dela enquanto universidade. Eu dei e ainda tenho contribuições a dar como uma retribuição a tudo que ela me deu. É uma instituição que sempre teve um papel importante na vida cultural e também política da cidade”, conta.

Conhecido por suas ilustrações do “Suplemento Literário”, Carlos colabora com a publicação desde sua criação até os dias de hoje, da qual faz parte da conselho editorial. Entre o desenho e a pintura, ele não toma partido e assume as duas vertentes. “O desenho é o pensamento da forma, como dizia o Amilcar de Castro, e a pintura é a expressão do sentimento pela cor. Ora penso como forma, ora a penso como cor”, diz.

Sua obra é figurativa e parte da observação dos elementos que o rodeia, em especial, a natureza, de onde traz imagens de animais, árvores e montanhas.

No livro, que leva o nome do artista, Carlos Wolney é entrevistado por Marília Andrés Ribeiro, uma das coordenadoras do Circuito Atelier, e Valdeci Cunha, pesquisador do projeto. Carlos fala da sua infância na fazenda, da formação artística na Escola Guignard e da atuação na política estudantil. Conta também da admiração que tem por seus mestres Álvaro Apocalypse, Amílcar de Castro e Nello Nuno. A obra será vendida a R$ 35 no site da Editora C/Arte (www.comarte.com).

Publicado pela Editora C/Arte, o livro é o 55º volume da coleção “Circuito Atelier” que, há 15 anos, divulga a pesquisa e a trajetória de artistas visuais, a partir de depoimentos dos homenageados. Já passaram pelo projeto nomes como Antonio Dias, Rosângela Rennó, Rui Santana e Eder Santos. “Dentro da linguagem da pintura, Carlos é um dos mais expressivos de Minas Gerais e se destaca pelo uso da cor nos desenhos. A homenagem valoriza o artista e também o professor”, comenta Fernando Pedro, coordenador do circuito.

A exposição, que tem curadoria de Ana Cristina Brandão e Claudia Renault, faz uma revisão de vários momentos do artista com representações do desenho, da pintura e da gravura. São aproximadamente 30 obras, com algumas inéditas. Na abertura da exposição, será lançado também um vídeo com depoimentos de Carlos, dirigido por Lourenço Veloso.

Agenda

O quê. Lançamento do livro, vídeo e exposição “Carlos Wolney”

Quando. Amanhã, às 19h30A exposição fica aberta até 29 de maio, de segunda a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 21h, e sábado, das 9h às 12.

Onde. Escola Guignard – UEMG (Rua Ascânio Burlamarque, 540, Mangabeiras)

Quanto. Entrada gratuita