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“A capital tem seguido o caminho das feiras literárias” 

Redação O Tempo

Por Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2015 | 03:00
 
 

Em tempos de “faça você mesmo” e efervescência de editoras e publicações independentes, a Câmara Mineira do Livro (CML) trouxe à tona, neste ano, a inédita publicação “O Livro em Minas Gerais”, que coloca os produtores independentes em destaque. Das 77 editoras presentes em Minas Gerais, sendo 56 na capital e 21 no interior, 80% delas são de pequeno e médio porte. E foi a partir desse cenário que a CML se deparou com uma situação até então inédita no Estado.

“Normalmente, nossas editoras associadas pagam uma mensalidade fixa, de acordo com o porte – pequena e média ou grande. Tivemos um caso excepcional há alguns dias, quando o poeta Rodrigo Ricardo, da Poesias Escolhidas Editora, nos procurou dizendo ser um micro-empreendedor, menor ainda do que as editoras convencionais e independentes. Agora estamos analisando se poderemos incluir um novo tipo de mensalidade, para editoras ainda menores. São novos tempos”, diz Rosana Mont’Alverne, presidente da CML.

Além disso, Rosana ressalta que as feiras literárias, incluindo as independentes, são as principais responsáveis por formar o público consumidor de literatura em uma cidade. Ela cita o exemplo de Poços de Caldas, que recebe a FliPoços há 11 anos, e o nível de leitura de toda a população é o maior do Estado. “Enquanto Belo Horizonte tem uma média de 2,4 livros lidos por ano, Poços de Caldas tem um índice de 4,34. E isso se explica porque no interior há uma cultura forte de festival literário, incentivo à leitura muito mais encorpada do que na capital, que também tem dado seus passos importantes. Esse é o caminho para que alguém se interesse em ir a uma feira, por exemplo, e compre um livro não tão conhecido, fora das vitrines. A capital tem seguido o caminho das feiras literárias. É o mais importante para se formar público”, diz Rossana. (LS)