Literatura, cinema e música

Badi Assad fala sobre projetos e encontro com Tiê

Em 2018, com 51 anos, a artista decidiu lançar o seu primeiro livro

Por Raphael Vidigal
Publicado em 17 de maio de 2018 | 03:00
 
 
Estreia. Badi Assad lançou o primeiro livro com crônicas musicais Edu Pimenta/divulgação

Após meio século de existência, Badi Assad se deu o privilégio de estrear. Em 2018, com 51 anos, a artista decidiu lançar o seu primeiro livro. Ainda assim, “Volta ao Mundo em 80 Artistas” não se distancia da música, muito pelo contrário. Ao longo de 232 páginas, a multi-instrumentista traça um parecer muito particular e peculiar sobre músicos da sua preferência, através de crônicas de sua autoria. Como a óbvia inspiração do título remete ao clássico escrito por Júlio Verne em 1873 (“A Volta ao Mundo em 80 Dias”), há espaço para artistas de todas as nacionalidades, que vão desde Ney Matogrosso e Elza Soares até o violinista teuto-americano David Garrett, o irlandês Hozier, a cantora franco-tunisina Amina Annabi e a canadense Sarah McLachlan.

O show que Badi apresenta no domingo ao lado de Tiê, como parte do festival Feminino, tem o lançamento literário como ponto de partida. “O repertório do show traz músicas de artistas que abordo na leitura. No entanto, existe um bloco dedicado ao feminino, através de canções de mulheres com um olhar voltado à aceitação das diferenças e à superficialidade do consumismo”, revela. “Estamos aqui para algo muito mais profundo e consciente”, completa. Aliás, o encontro com Tiê não deve parar por aí. Badi já tem planos em outras searas.

“Em agosto eu lanço nos Estados Unidos o CD ‘Stringshot’, em parceria com o norte-americano Roy Rogers e o paraguaio Carlos Reyes, e saímos em turnê logo em seguida. Enquanto isso, começarei a dedicar-me ao meu próximo projeto, que será um disco de parcerias com artistas brasileiros. Aí sim, convidarei Tiê para compormos algo juntas. Haja coração”, brinca a entrevistada, que aproveita o ensejo para elogiar a parceira. “Tiê é uma artista sensível e traz em sua música essa qualidade. Ela vem na contramão do som alto e da exuberância estética para se impor. Ela vem meiga e suave”, enaltece. Outro ponto destacado é a presença do compositor Toquinho na trajetória de ambas. “Nós duas viajamos para shows com o Toquinho, que foi um personagem importante na minha juventude e acredito que na dela também. Ele aparece no meu livro como um dos personagens mais queridos”, informa.

Dando continuidade às novidades, está previsto para este ano o lançamento do documentário “Badi”, dirigido pelo cineasta Edu Felistoque, sobre a trajetória da cantora e instrumentista.