Números promissores

Brasil já aparece no topo

País se recupera de retração e lidera mercado fonográfico latino-americano graças ao serviço de streaming

Por Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2018 | 03:00
 
 
Alok foi o brasileiro mais ouvido no mundo no Spotify em 2017 Site Alok/Reprodução

São Paulo. “Acho que o Brasil tem sido um gigante adormecido por anos e acho que o próximo grande hit da América Latina a estourar globalmente virá do Brasil”, afirma Jesús López, CEO da Universal Music na América Latina e Península Ibérica, no Global Music Report 2018, divulgado ontem.

Segundo o relatório da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica), principal mapeamento do setor, a receita do país cresceu 17,9% em relação ao ano anterior, arrecadando um montante de R$ 943,6 milhões.

Assim, o Brasil, que é o maior mercado da América Latina, se recupera de uma retração de 3% em 2016. O mercado global, por sua vez, cresceu 8,1% e faturou R$ 55,2 bilhões, marcando um crescimento pelo terceiro ano consecutivo, após uma década em queda.

Causa. O maior responsável pelo progresso foi, segundo a IFPI, o streaming, modalidade de música digital que se tornou a maior fonte de receitas com 176 milhões de assinantes ao redor do mundo.

Plataformas como Spotify, Apple Music e Deezer geraram R$ 21 bilhões para o setor, representando 38,4% da receita total. “Os últimos dados da IFPI mostram claramente que o streaming continua sendo o maior condutor de toda a receita da música gravada, apesar do fato de que sua penetração ainda é relativamente baixa pelo mundo”, disse Hans-Holger Albrecht, CEO da Deezer, em comunicado enviado à imprensa.

Para Paulo Rosa, presidente da Pró-Música Brasil, o potencial de crescimento do streaming ainda é enorme, especialmente no Brasil. “Se você levar em conta que a gente tem em torno de 5 milhões de assinantes de streaming no Brasil, em um universo de 180 milhões de smartphones, para não falar de tablets e computadores, ainda existe um mercado a ser explorado por essas plataformas”, calcula ele.

Apesar do crescimento, a receita do setor global ainda corresponde a 68,4% da que o mercado faturou em 1999, auge da indústria fonográfica. Uma projeção da consultoria Goldman Sachs, divulgada em agosto de 2017, mostrou que indústria deve se recuperar até 2030.

Rosa, no entanto, diz que prefere se ater aos dados atuais, já que o mercado muda a cada dia com evoluções tecnológicas. “Voltar aos níveis de 1999 é totalmente possível, mas depende do que acontecer nos próximos anos. Qualquer aposta envolve um pouco de especulação, de futurologia”, diz.

 

Plataforma turbina serviço grátis

Nova York, EUA. Os dias gloriosos do rádio podem estar de volta, agora num aplicativo. Um executivo do Spotify fez essa comparação ao anunciar mudanças para turbinar o serviço grátis do aplicativo.

“Estamos dando algo em troca de nada, é a melhor oferta possível. Sabemos que isso vai proporcionar mais crescimento”, disse Gustav Söderström, no lançamento da nova versão de graça do Spotify.

E o Spotify quer ser tudo, menos uma rádio ruim. No novo modelo, os usuários que não pagam pelo serviço ainda terão de ouvir anúncios de vez em quando, mas poderão montar listas de faixas para ouvir como e onde quiserem e terão acesso a mais de 40 horas de música recomendada pelo aplicativo por dia.