Emmy

“Breaking Bad” no topo

Finalizada em setembro do ano passado, produção fatura os principais prêmios, desbancando “True Detective

Por Isis Mota
Publicado em 27 de agosto de 2014 | 03:00
 
 
Woody Harrelson e Matthew McConaughey se divertiram no Emmy Frank Micelotta/Invision for the Television Academy/AP

No embate entre veteranos e novatos travado na 66ª cerimônia do Emmy, o Oscar da TV, os veteranos levaram a melhor. Quatro das principais categorias do Emmy 2014 tiveram os mesmos ganhadores da edição do ano passado – as melhores séries de drama e comédia, e os melhores atores em comédia. Quem esperava a consagração da série “todo-mundo-só-fala-dela-neste-ano”, que foi “True Detective”, teve que engolir a velha e boa “Breaking Bad”, que acabou em setembro do ano passado, levando praticamente tudo que disputou.

A história do professor de química moribundo que se transforma num produtor de drogas frio e implacável passou a régua e fechou a conta das séries dramáticas: melhor ator para Bryan Cranston, melhor ator coadjuvante para Aaron Paul, melhor atriz coadjuvante para Anna Gunn, melhor roteiro para Moira Walley Beckett, e o mais importante prêmio da noite, o de melhor série.

Não foi desta vez que a academia fez história. Perdeu a chance de dar o Emmy para o ganhador do Oscar, Matthew McConaughey. Ele era tão favorito por “True Detective” que Bryan Cranston, melhor ator em série dramática, abriu seu discurso de agradecimento com um quase pedido de desculpas: “Poxa, até eu queria ter votado nele...”. Era para ficar sem graça mesmo: foi seu quinto Emmy, enquanto McConaughey não terá outra chance: o elenco de “True Detective” será inteiramente renovado para a segunda temporada.

Pelo menos o prêmio de direção em série dramática foi para Cary Joji Fukunaga. É ele o responsável pelo momento “a TV ficou melhor do que o cinema” do ano: o plano-sequência de seis minutos, sem cortes, no fim do episódio “Who Goes There”, o quarto de “True Detective”. Norte-americano, filho de um descendente de japoneses e uma mãe sueca, ele não só teve seu talento reconhecido, como surgiu nos sites do mundo todo como “o gato-revelação” do Emmy, o novo “namoradinho da América”.

A academia perdeu também a chance de valorizar a nova onda de produção de conteúdo por empresas de internet. “Orange Is The New Black” e “House of Cards”, ambas produções originais do Netflix, passaram batido. Embora tenham sido alvos de elogios rasgados de crítica e público, não levaram nem um troféu. Quem sabe agora, que “Breaking Bad” acabou, o genial Kevin Spacey tenha alguma chance no ano que vem.

Fizeram bonito. Tradicionais campeãs à parte, a noite de segunda-feira foi de “Fargo” e “Sherlock”. A primeira foi devidamente reconhecida como melhor minissérie do ano. Já “Sherlock” ganhou ator (Benedict Cumberbatch), ator coadjuvante (Martin Freeman) e roteiro de minissérie ou telefilme (Steven Moffat). Somando-os aos prêmios técnicos, levou sete: na frente até dos seis de “Breaking Bad”.