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Conheça o mineiro que faz parte do picadeiro do Cirque du Soleil

Acrobata Gabriel Christo Aleixo integra “Amaluna, do Cirque du Soleil, que estará no Brasil a partir de outubro

Por Aline Gonçalves
Publicado em 09 de setembro de 2017 | 03:00
 
 
Livre. O acrobata Gabriel Christo Aleixo 'brinca' na Praça da Liberdade, um dos lugares que gosta em Belo Horizonte, sua cidade natal Leo Fontes

Quando tinha apenas 8 anos, o belo-horizontino Gabriel Christo Aleixo pediu a mãe para fazer aulas de ginástica olímpica. Não tinha pretensão de ser atleta de alta performance, muito menos acrobata. Naquela época, seu objetivo era relativamente simples: conseguir dar um salto mortal. “Vi um atleta na TV fazendo isso e fiquei encantado, virou meu sonho”, relembra, rindo.

Mais de duas décadas depois, essa não é das acrobacias mais difíceis que ele faz. Aleixo é profissional do Cirque du Soleil há nove anos e estará de volta ao Brasil, em outubro, para a encenação de “Amaluna”. No grupo que vem ao país, só há mais uma brasileira, a palhaça paulista Gabriella Argento. “Mesmo ‘Amaluna’ não indo para BH, vai ser ótimo estar tão perto de casa. É uma delícia apresentar para o público do Brasil, caloroso, diferente da Europa e dos Estados Unidos”, diz ele, que já esteve aqui com o espetáculo “Corteo”, em 2013.

Atualmente, “Amaluna” está no Uruguai, mas antes da viagem, quando passava férias na capital mineira, Aleixo conversou com o Magazine. “Em ‘Amaluna’, sou um marinheiro que desembarca em uma ilha governada por mulheres, após uma tempestade. O espetáculo é bem feminino”, diz. Para ele, o mais complexo no Cirque du Soleil é recomeçar a cada novo personagem. “Exige muito, porque a coreografia é diferente e o papel também. Em ‘Corteo’, por exemplo, fiz um homem rico, usava roupas elegantes. Neste espetáculo, a linguagem corporal é outra”, explica.

“Quando entrei no Cirque, não tinha nenhuma experiência de palco, então precisei aprender a dançar, cantar, tive aulas de musicalidade”, afirma. Por outro lado, a técnica usada nas acrobacias não difere tanto, já que ele sempre faz uso da prancha.

Diariamente, a rotina de trabalho toma quase dez horas. São treinos exatamente na prancha, ensaios com o restante do grupo, no palco, e exercícios físicos. Nem nas férias, como nessa passagem por sua cidade natal, Aleixo para: está sempre procurando lugares para se exercitar e alongar. Por outro lado, aproveita para visitar amigos e escapar um pouco da dieta, saboreando pratos da comida mineira e tomando açaí.

Trajetória. Aleixo viveu durante 12 anos como atleta. Um dia, quando já integrava a Seleção Brasileira de Ginástica de Trampolim e estava no Canadá, para o Mundial, um olheiro da trupe o convidou para fazer parte do Cirque. Ele não pensou duas vezes e, ao contrário do que se possa imaginar, recusou imediatamente. “Eu já havia assistido a uma apresentação da trupe no Brasil, do espetáculo ‘Saltimbancos’, e achei aquilo doido, perigoso, não tinha interesse em me juntar, mesmo com amigos ex-ginastas falando bem”, explica.

Seus olhos, à época, estavam voltados para os Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, mas após sua equipe não conseguir a classificação e ter recebido a notícia de que o projeto da seleção chegaria ao fim, Aleixo procurou o Cirque du Soleil. “O nível de disciplina nos dois é muito alto, mas a ginástica tem mais pressão porque é uma competição. No Cirque, também tenho mais contato com o público e aproveito o momento”, compara.

 

"Amaluna" 

Detalhes. O espetáculo que marca o retorno do Cirque du Soleil ao Brasil, após quatro anos, será apresentado em São Paulo, entre 5 de outubro e 17 de dezembro, e no Rio de Janeiro, entre 28 de dezembro e 21 de janeiro de 2018. Os ingressos custam entre R$ 125 (meia Setor 3) e R$ 450 (inteira Premium). Info.: www.tudus.com.br