Música

De cara nova e agenda cheia

Substituto de Kiko Loureiro, Marcelo Barbosa faz sua estreia em um disco do Angra, que fará shows ao redor do mundo

Por Thiago Prata
Publicado em 23 de fevereiro de 2018 | 03:00
 
 
Elogios. Líder e guitarrista do Angra, Rafael Bittencourt exalta o bom momento vivido pela banda Eliseu Tisato/ divulgação

Com a meteórica repercussão positiva de seu nono disco, o recém-lançado “ØMNI”, o Angra se prepara para uma extensa turnê de promoção do álbum com uma nova formação. Coube ao brasiliense Marcelo Barbosa preencher a lacuna deixada por Kiko Loureiro, que foi para o Megadeth, grupo norte-americano de thrash metal capitaneado por Dave Mustaine, em 2015.

“O Barbosa nos ajudou a criar uma nova química, com uma nova empolgação. A banda está renascendo mais uma vez. E ele trouxe um monte de riffs, participando do processo de composições do novo disco. Passamos por um período intenso de ensaios em Campos do Jordão (SP), onde estivemos por um mês, e depois de pré-produção (do disco) na Suécia. Ele me surpreendeu com todas as ideias que apresentou. É um cara completamente à altura de substituir o Kiko Loureiro na banda”, afirma o guitarrista Rafael Bittencourt.

Mas, apesar da “debandada” de Loureiro, este colaborou na confecção do álbum. “O Kiko ajudou em muitos questionamentos administrativos, está sempre como amigo conversando comigo e próximo de todos da banda. Sempre teve uma cabeça muito boa em relação a decisões a serem tomadas. E ele participou efetivamente de uma das músicas (“War Horns”), mandando alguns riffs, frases e solos de guitarra. Aproveitamos as ideias dele. E o Kiko também ficou feliz de participar, porque sempre foi do Angra”, relata o líder do grupo.

Além dessa mudança na banda, Bittencourt faz questão de enfatizar a evolução do baterista Bruno Valverde e da potência vocal do italiano Fabio Lione, que estrearam em “Secret Garden” (2014), o antecessor de “ØMNI”.

“O Bruno traz muitos elementos diferentes para a música, tem uma referência muito grande no fusion e em bandas mais modernas que eu nem conhecia. Ele tem técnica e sabe tocar as pessoas com sua música. O Fabio é um grande tenor italiano. E os tenores italianos são os melhores do mundo. Ele poderia ser um cantor de ópera ou cantar em musicais para ganhar mais dinheiro e ter mais sucesso do que ser um cantor de heavy metal, que é uma profissão muitas vezes ingrata, de muita luta e de muita raça. Tê-lo na banda é um privilégio. Um cara que engrandece a história do Angra”, afirma.

Turnê. Em seu próximo giro mundial, o Angra desbravará alguns novos territórios. “Neste ano voltaremos para o Japão e vamos para outros lugares da Ásia, como China e Taiwan. Também vamos excursionar por toda a Europa, incluindo lugares do Leste Europeu onde nunca estivemos. Iremos mais uma vez para Londres, uma cidade onde sempre é muito legal de se tocar e um dos berços do rock do mundo. E vamos fazer quase 30 shows nos Estados Unidos”, relata Bittencourt.

E Minas Gerais fará parte dessa turnê, com direito a shows no festival Roça ‘n’ Roll, em Varginha, e uma apresentação no Music Hall, em Belo Horizonte, nos dias 2 e 3 de junho, respectivamente.

“O Roça 'n' Roll é um evento que dá várias vozes para a cena underground. Gosto muito do festival, do Bruno (Maia), um dos produtores, e do Tuatha de Danann (banda de que Maia faz parte). E de BH nem se fala. É um de nossos públicos favoritos. Tem vezes que a gente faz dois shows em BH no mesmo ano, e o público está lá. É muito bom tocar para quem dá o devido valor e o devido reconhecimento ao Angra”, comenta o líder da banda.