Cinema

Em "O Rio e a Morte", Buñuel mostra ciclo de violência

Redação O Tempo

Por MARCELO MIRANDA
Publicado em 05 de abril de 2012 | 17:05
 
 

Em sua autobiografia "Meu Último Suspiro", o cineasta espanhol Luis Buñuel (1900-1983) conta que, em parte do longo período em que morou no México, ele andava armado com um revólver, como era tradição dos homens no país - e jura nunca ter atentado contra a vida de alguém.

Essa cultura mexicana, muito calcada na autoridade do "homem macho" frente aos seus iguais, ganhou das lentes de Buñuel "O Rio e a Morte", filme de 1954 pouco conhecido em sua vasta obra.

"O Rio e a Morte" terá a última exibição amanhã na mostra Luis Buñuel - O Fantasma da Liberdade, às 18h30, no Cine Humberto Mauro (av. Afonso Pena, 1.537, centro).

Trata-se de um produto típico do realizador em seu período mexicano, quando precisou se adequar a um mercado de cinema caracterizado por melodramas familiares ou românticos, filmagens rápidas e diálogo direto com o público. Ao seu modo, funciona muito bem.

O enredo mostra o conflito entre duas famílias num vilarejo. Geração após geração, os membros matam-se uns aos outros, perpetuando uma vingança de um século atrás. Um dos envolvidos, porém, instruído na metrópole, tenta colocar fim ao ciclo de violência.