Prata da casa

Felipe de Oliveira dispara com o seu coração ousado

Maria Bethânia é uma das influências do intérprete, que coloca sua voz feminina e andrógina a serviço de 11 faixas em “Coração Disparado

Por Raphael Vidigal
Publicado em 19 de junho de 2018 | 03:00
 
 
"Coração Disparado", de Felipe de Oliveira Thiago Pricken/reprodução da capa

Procurando por um título para seu disco de estreia, o belo-horizontino Felipe de Oliveira descobriu que ele já existia, mas não se fez de rogado. Afinal de contas, as referências eram boas. “Queria falar sobre as relações afetivas, humanas, e, lendo a obra completa da Adélia Prado, vi que ela tinha um livro que se chama ‘O Coração Disparado’. Ou seja, na década de 70 ela já tinha encontrado o que eu procurava”, brinca. 

Para completar, em “Drama 3º Ato”, Maria Bethânia declama um poema cujo verso permanece na memória de Oliveira. “Ele aperta o gatilho do coração sem saber o nome do que pratica”, recorda o entrevistado. 

A baiana é uma das influências do intérprete, que coloca sua voz feminina e andrógina a serviço de 11 faixas em “Coração Disparado”, que contempla compositores da nova geração, como Deh Mussulini e Pedro Santos, e transita por ritmos como tango, xote, valsa, rock e samba, dando olhar moderno ao antigo. 

“Todo meu trabalho é narrativo, e queria algo que coubesse nesse conceito. Olhando no dicionário a palavra ‘disparado’, percebi que ela também significado ‘ousado’, então tudo se encaixou”, diz o cantor.