Música

Nos embalos do The Police

Trio formado por Andy Summers, Rodrigo Santos e João Barone faz show em BH reunindo clássicos e lados B do The Police

Por Gustavo Rocha
Publicado em 15 de junho de 2018 | 03:00
 
 
Call The Police se apresenta neste domingo (17) no KM de Vantagens Hall Lucas Tavares/divulgação

São muitos os jovens que, ouvindo as músicas de suas bandas favoritas, sonham em assumir o lugar de seus ídolos. Entretanto, são poucos os que concretizam seus anseios de rock star e conseguem, de fato, subir ao palco. O projeto “Call The Police” possibilitou a Rodrigo Santos, baixista e ex-integrante da banda Barão Vermelho, a realização de um desejo de adolescente: cantar músicas de sua banda favorita, The Police, evocando a presença do icônico Sting. “Realmente eu nunca imaginaria, em 1980, quando eu tinha 16 anos e já escutava The Police, que um dia esse sonho chegaria perto de acontecer. Eu escolhi baixo e voz como meus instrumentos principais desde pequeno”, comenta Santos.

“Assim como não existiu outro Sgt. Peppers (disco dos Beatles de 1967), não existirá outro Synchronicity (disco do The Police de 1983). É muito sofisticado, é perfeito. Sublime. E a banda acabou no auge, em 1983. E você não encontra facilmente bandas com tanta personalidade musical como essas. Ou melhor, encontra rarissimamente. Portanto, Sting era uma referência minha. Sempre foi. Quando comecei a tocar com João Penca, Leo Jaime e Lobão, nos anos 80, Sting era o meu ídolo. E Police, a minha banda. Apesar de eu escutar de Yes, (Rolling) Stones e Pink Floyd, até Neil Young, Novos Baianos e Secos e Molhados, nenhuma dessas bandas era como o Police pra mim”, relembra o baixista.

A realização do sonho de garoto de Santos se deu graças ao empresário Luiz Paulo Assunção, que também gerencia a carreira de Andy Summers, guitarrista do The Police. “Andy deu uma canja no meu show, depois compusemos juntos ‘Me Dê um Dia a Mais’, música para o meu disco ‘Motel Maravilha’ (2013). Daí, começamos a fazer uma turnê juntos em 2014, 2015, 2016. Quando a turnê se transformou num tributo ao The Police, precisamos de um especialista, por isso convidamos o João Barone (baterista, integrante do Paralamas do Sucesso)”, comenta Santos.

Clássicos. No show, o trio passeia por clássicos como “Roxanne”, “Every Breath You Take” e “Message in a Bottle”, mas também agrada os fãs mais aplicados da banda, com um repertório lado B. “Tudo é tocado a nossa maneira, respeitando as melodias, porém improvisando muito nos shows. De repente, um solo pode demorar 20 minutos. Temos nossos truques, mas respeitamos a obra de que somos fãs”, comenta o baixista.

João Barone destaca que não se trata simplesmente de um show cover da banda inglesa. “O show é um tributo ao Police da forma mais respeitosa possível, contando com um integrante da lendária banda, uma das mais influentes na história do rock. Tocaremos boa parte dos hits e mais alguma coisa que os fãs identificam. Não é um show de covers, fazemos uma leitura fiel das músicas, mas com a nossa marca. Não queremos reinventar a roda”, assegura Barone.

“Call The Police” também foi a oportunidade para Barone e Santos – dois contemporâneos, que constituíram suas carreiras nas décadas de 80 e 90 – fazerem sua primeira parceria na música. “Por incrível que pareça, nos conhecemos desde 1982 e nunca havíamos feito um projeto juntos. É um prazer pra mim tocar com um mestre como o João. Um privilégio que o ‘Call The Police’ nos trouxe. Mais uma coisa que devemos agradecer ao Andy”, brinca o baixista.

A responsabilidade de dar voz aos sucessos do The Police e “substituir” Sting é tarefa árdua, que exige preparação atenciosa de Santos. “Esse é um enorme desafio, realmente. Por isso, eu me cuido bastante para conseguir cumprir a maratona de shows. Andy me disse que o próprio Sting tem de se cuidar muito na turnê, pra poupar a voz. Porque qualquer um que canta muito agudo corre o risco de ficar rouco se não tiver os devidos cuidados. A minha sorte é que parei com álcool e drogas em 2005, isso facilitou muito a minha voz”, se diverte o vocalista e baixista.

Para ele, os hábitos mais saudáveis incidem também sobre sua concentração durante os shows. “Eu tenho a liberdade de mudar as melodias a hora que quiser, descer um pouco caso esteja gripado no dia etc. Mas na hora em que o show começa, eu não consigo me segurar. Aquela conversa de ‘treino é treino, jogo é jogo’. Aí canto tudo agudo mesmo e depois eu me viro. Fora isso tudo, ainda tenho de tocar o baixo ao mesmo tempo e cantar letras que não são simples. Mas é tão prazeroso que no palco só me divirto!”, garante Santos.

Agenda

O quê. “Call The Police”,

Quando. Domingo (17), às 21h

Onde. No KM de Vantagens Hall (av. Nossa Senhora do Carmo, 230, São Pedro).

Ingressos. Entre RS 40 e R$ 120