Exposição

Novo encontro com Fernando Sabino  

Mostra celebra os 90 anos do escritor com uma série de atrações que começam a partir deste quarta-feira no CCBB

Por Carlos Andrei Siquara
Publicado em 23 de setembro de 2013 | 03:00
 
 
Acervo pessoal

Em 2005, quando foram inauguradas as esculturas de Fernando Sabino (1923 – 2004), Otto Lara Resende (1922 – 1992), Paulo Mendes Campos (1922 – 1991) e Hélio Pellegrino (1924 – 1988), na praça da Liberdade, ficou marcada ali a relação histórica e afetiva dos quatro com aquele espaço da cidade. Oito anos depois, as memórias em torno dos encontros entre os escritores e amigos vão invadir mais uma vez o ambiente, repaginado recentemente com a criação de um amplo circuito cultural, que a partir de quarta-feira vai receber diversas ações criadas para comemorar os 90 anos de nascimento de Fernando Sabino, os quais seriam completados no dia 12 de outubro.

O primeiro passo da programação de “90 anos, Fernando Sabino” será dado com a abertura amanhã para convidados e quarta-feira para o público, de “O Labirinto”, no Centro Cultural Banco do Brasil. O trabalho consiste em uma grande estrutura de 250 m² no qual o visitante poderá circular e encontrar no caminho imagens e textos que refletem os pensamentos de Sabino. “A ideia é que as pessoas se ‘percam’ naquele trajeto, visualizando fotografias antigas e alguns trechos que dão acesso a visão que o meu pai tinha de vários aspectos da vida”, conta Bernardo Sabino, filho do escritor e um dos idealizadores do projeto.

Responsável pela direção de cenografia da exposição, João Uchôa ressalta que a busca pelo retrato da multifacetada personalidade do homenageado norteou todo a concepção da iniciativa, que vai ocupar outros equipamentos do Circuito Cultural Praça da Liberdade – como Centro de Arte Popular-Cemig, o Museu Mineiro, o Museu das Minas e do Metal, a Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa e o Memorial Minas Gerais-Vale, no próximo mês.

“Estamos menos preocupados em contar uma história desde quando ele era menino até sua passagem pelo Rio de Janeiro para conseguirmos visualizar o que ele produziu, o que ele pensava, as conversas que ele travava com outros escritores como Clarice Lispector, Vinicius de Moraes, Manuel Bandeira, entre outros. Assim, achamos possível construir um perfil dele a partir de um vasto conteúdo”, diz Uchôa.

Para elaborar o material a ser apresentado, ele diz ter sido usado um acervo de escritos pessoais de Sabino, como cartas, além de depoimentos de amigos próximos. “Nós buscamos fragmentos não só na obra literária dele, mas em crônicas publicadas em jornal e nas cartas. A palavra dele compõe 90% da exposição”, conta.

Embora a programação ainda esteja sendo finalizada, Bernardo Sabino antecipa que o objetivo até outubro é movimentar a praça com debates literários, shows e exibição de filmes. “Estão confirmados seis encontros. O primeiro deles será entre eu, Marcelo Andrade e Guilherme Fiúza. Nós vamos conversar sobre adaptações de histórias literárias para outras formas de arte”, diz.