Show

Ode à música instrumental 

Projeto Quinta Instrumental leva o saxofonista Cléber Alves e o quinteto Dibigode ao palco do Teatro Bradesco

Por lucas buzatti
Publicado em 02 de abril de 2015 | 03:00
 
 
Veterano. No Quinta Instrumental, Cléber Alves vai apresentar canções de seus três últimos álbuns renato motta/divulgação

“Belo Horizonte tem mostrado, nos últimos anos, que é realmente a capital brasileira da música instrumental”, sublinha o saxofonista mineiro Cléber Alves, que se apresenta hoje no Quinta Instrumental. A segunda edição do projeto também conta com o quinteto Dibigode, que lança ainda neste mês seu segundo disco de estúdio, “Garnizé”. Os shows acontecem a partir das 20h, no Teatro Bradesco, com entrada franca.

Veterano da música instrumental brasileira, Cléber Alves sobe ao palco em formação de quarteto, acompanhado pelos músicos Cliff Korman (piano), Milton Ramos (baixo acústico) e Márcio Bahia (bateria). “É a primeira vez que vou tocar em quarteto com esses três grandes músicos. Milton é um antigo parceiro e já toquei com Cliff muitas vezes. Já o Márcio Bahia é praticamente um convidado especial para essa apresentação”, destaca. “É um músico que já tocou com Hermeto Pascoal, que fez parte da minha escola nos anos 80, da escola que assisti ao vivo. É uma honra tocar com uma pessoa desse quilate”, celebra.

Alves conta que o repertório do show de hoje terá composições autorais de seus três últimos discos – “Temperado” e “Saxophonisches Ensemble B”, de 1998, e “Ventos do Brasil”, de 2011. Quatro canções do disco mais recente ganharam novas versões para a apresentação. “Esse álbum foi gravado com uma formação que lembra as bandas de música, apenas com sopros. Então, tive que fazer novos arranjos para as canções dele que vamos apresentar nesse show. Será a primeira vez que elas serão tocadas em quarteto”, revela.

Professor da Escola de Música da UFMG, Alves conta que a vida acadêmica o “consumiu muito” nos últimos anos, mas que o trabalho autoral segue firme. “Se tudo der certo, em breve lanço meu primeiro disco ao vivo, resultado de um dos três shows que fiz com meu quarteto neste ano, na Suíça”, conta ele.

O quinteto belo-horizontino Dibigode também está com novo trabalho nas mangas. De volta ao Brasil, após turnê pelos Estados Unidos, a banda lança no dia 14, no Teatro Francisco Nunes, o segundo disco de estúdio, “Garnizé”, que relê a obra de Ataulfo Alves. O álbum será disponibilizado gratuitamente na internet e lançado em vinil e pen drive personalizado. No dia 4 de abril, o grupo também divulga o videoclipe da canção “Laranja Madura”, de Ataulfo.

O show no Quinta Instrumental será, portanto, o último da banda com o repertório do primeiro disco, “Naturais e Idênticos ao Natural de Pimentas da Jamaica e Preta”, de 2011. O setlist também terá canções do projeto chamado “Limbo”, bootleg da banda gravado para a turnê norte-americana, que será vendido no evento.

Valorizar o instrumental. Com o intuito de jogar luz sob a produção autoral instrumental de Minas, o Quinta Instrumental começou em março deste ano, com os shows de Rafael Martini e Juarez Maciel. A terceira edição acontece no dia 16 de abril, com Thiago Delegado e Caxi Rajão.

Cléber Alves destaca a relevância do projeto para o atual cenário cultural de BH. “Muitos projetos voltados para a música instrumental acabaram nos últimos anos, reflexo da crise que o Brasil enfrenta. Por isso, é muito importante que iniciativas maravilhosas como essa continuem”, defende o saxofonista.

Agenda

O QUÊ. Quinta Instrumental, com Cléber Alves e Dibigode

QUANDO. Hoje, às 20h

ONDE. Teatro Bradesco (rua da Bahia, 2.244, Lourdes)

QUANTO. Entrada franca, com retirada de ingressos duas horas antes dos shows