São Paulo ‘importa’ atrações do Rio

SÃO PAULO.Para os roqueiros, o ano de 2017 será lembrado como a vingança dos paulistanos. Acostumado receber a cada dois anos uma amostra do Rock in Rio, desta vez o público da cidade terá o melhor do rock visto na capital fluminense. O São Paulo Trip, com quatro noites de atrações no estádio Allianz Parque, reúne quase todos os headliners da segunda semana do Rock in Rio, dedicada ao rock, exceto o Red Hot Chili Peppers.

São Paulo ainda receberá a primeira apresentação no Brasil da lenda britânica The Who, o último gigante do rock em atividade que não tinha vindo ao país. Foi a principal atração do show de desta quinta-feira (21), na abertura do festival paulistano. Antes do Who, Alter Brigde (banda do vocalista Myles Kennedy, que canta nos discos de Slash, do Guns N' Roses) e The Cult eram a aposta para o aquecimento da plateia.

No sábado (23), os norte-americanos do Bon Jovi fazem o show principal da noite, depois da dupla The Kills, da norte-americana Alison Mosshart e do inglês Jamie Hince. No domingo, a atração maior é o veterano norte-americano Aerosmith, com abertura do britânico Def Leppard.

O São Paulo Trip acaba na terça (26), com o peso pesado Guns N’ Roses, a lenda sessentona Alice Cooper e os novatos Tyker Bryant & The Shakedown (que estão na programação porque um integrante é filho de Brad Whitford, guitarrista do Aerosmith).

Se uma das reclamações insistentes nas redes sociais é criticar o Rock in Rio por ter atrações além do gênero que usa como rótulo, o São Paulo Trip não faz concessões. Mesmo nomes com menos tempo de estrada, como Alter Bridge e Tyler Bryant, celebram a guitarra, fazem som de cabeludo, música de bebedor de cerveja, rock clássico, branco e macho.

The Who sobra na turma. Sua participação dá caráter histórico ao festival. O cantor Roger Daltrey e o guitarrista Pete Townshend vão desfilar o rock inovador construído com o baterista Keith Moon e o baixista John Entwistle, que já morreram. São os pais da ópera- rock, os sobreviventes dos três dias de Woodstock. Se um festival nascido em 2017 precisa de uma prova de que o rock não morre, o São Paulo Trip tem a melhor.