Regina Duarte

Trajetória de 50 anos em comemoração 

Atriz viveu personagens marcantes, como a viúva Porcina de “Roque Santeiro

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 04 de julho de 2015 | 03:00
 
 
Atriz relembra do início de carreira como a Namoradinha do Brasil Jorge Rodrigues Jorge/CZN

São Paulo. “A cada década, fui percebendo como as mulheres conquistaram seu espaço e como minhas personagens ajudaram muitas delas a refletir sobre sua realidade”. É assim que a atriz Regina Duarte, 68, avalia a carreira de 50 anos na TV, na pele de mulheres que conquistaram o público e marcaram a teledramaturgia.

Estreante do universo televisivo em 1965, Regina lembra que não se sentia preparada para aparecer na TV, ainda mais ao lado de Tarcísio Meira e Glória Menezes, em “A Deusa Vencida” (Excelsior). “A estreia foi uma surpresa. Eu fazia teatro amador havia quatro anos, fiz comerciais, testes para a TV e comecei como coadjuvante de maneira inesperada”, diz. “A personagem cresceu tanto, que protagonizei as cenas finais. Foi um começo e tanto”.

Nos primeiros anos nas novelas, Regina colecionou personagens doces e ingênuas, traço que ficou ainda mais marcante com a trama “Minha Doce Namorada” (Globo, 1971-1972). O papel da sensível Patrícia lhe deu o título de Namoradinha do Brasil. “Esse apelido prova que a novela deu certo, mas depois percebi que comecei a ser chamada para viver mulheres parecidas com a Patrícia, sempre muito ingênuas e sofredoras”, fala. “Eu queria mostrar que era uma atriz com outras facetas, que podia fazer algo mais ousado, diferente, e largar esse rótulo”.

Regina só se viu livre do apelido quando aceitou fazer a série “Malu Mulher” (Globo, 1979-1980), onde interpretava uma mulher independente em uma trama que chocou os conservadores por tratar de assuntos ligados à liberação feminina.

Outra grande mulher ajudou Regina se livrar de alguns rótulos: a viúva Porcina, de “Roque Santeiro” (Globo, 1985-1986). A espalhafatosa personagem fez com que o Brasil conhecesse o lado cômico da atriz. “Até hoje, a Porcina é um referencial e um marco na minha trajetória. Tinha uma explosão em cena com Lima Duarte”, conta, referindo-se ao ator que viveu o Sinhozinho Malta.