Perfil

Um ser inquieto de nome Brown

Artista, que será homenageado pelo bloco Baianas Ozadas no Carnaval de 2018, acabou de lançar disco, segue nas gravações do “The Voice e tem agenda intensa de shows

Por Laura Maria
Publicado em 14 de dezembro de 2017 | 03:00
 
 
Idealizador. Apesar não atuar mais na Timbalada, artista é o mentor da banda, formada por Buja Ferreira, Paula Sanffer e Rafa Chagas site oficial/divulgação

Antônio Carlos Santos de Freitas, o Carlinhos Brown – o sobrenome ele pegou “emprestado” do cantor norte-americano James Brown – está mais inquieto do que nunca. Atualmente, tem sido visto na telinha como jurado da sexta temporada do “The Voice”, da Rede Globo, e já se prepara para voltar à bancada da versão “Kids” do reality musical, no dia 7 de janeiro.

Também tem trabalhado na divulgação de “Semelhantes”. Lançado no mês passado, seu 13° álbum trouxe uma letra inédita de Cazuza (“Carreirinha”, dada a ele pela mãe do cantor, Lucinha Araújo). Aliás, um dos projetos de Brown para 2018 é lançar um álbum com clássicos e músicas inéditas do compositor de “Codinome Beija-Flor”.

E ele não para aí. Recentemente, retomou a parceria com Marisa Monte e Arnaldo Antunes no Tribalistas, quebrando um hiato de 15 anos. Além da agenda cheia de shows, assumiu recentemente a direção musical dos Filhos de Gandhi, tradicional bloco carnavalesco da Bahia, e fez modificações na formação da Timbalada. Em meio à agenda carregada, ele tenta encontrar um espaço para desembarcar em Belo Horizonte, mas adianta: “Não sei quando posso ir ainda”.

A vinda à cidade tem um motivo especial. O bloco Baianas Ozadas elegeu o cantor e compositor como o homenageado do Carnaval de 2018. O tema da festa será “Pinte no CarnaBrown”. O baiano admite ter ficado “lisonjeado” com o convite e joga pra si a responsabilidade de ter sido um dos agitadores da folia em Belo Horizonte, que adquiriu dimensão considerável nos últimos anos.

“(O convite) parece um retorno do que realmente consegui plantar aí”, diz. Brown cita a época em que “plantou” o axé em terras mineiras, ao compor “Savassi”, música lançada em 1992 pelo Chiclete com Banana. “Isso abriu uma possibilidade para que o axé andasse pelos caminhos de Belo Horizonte”, pontua.

Sem entrar em detalhes, Brown conta que conhece o Carnaval da cidade e diz que desejaria fazer um show solo aqui. “Por mais que Minas Gerais não me conheça, ela conhece tudo o que fiz”, afirma.

Brown respira tanto o Carnaval que quer dar um jeito de associá-lo ao rock, em Salvador. Ele está na empreitada de trazer grandes nomes do rock, como Steven Tyler, do Aerosmith, e Adam Lambert, do grupo Queen + Adam Lambert, para integrarem o Black Rock. “É um projeto do domingo de Carnaval em que misturo rock e músicas carnavalescas feito por mim e pelo Angra. Estamos tentando até trazer alguém do Iron Maiden”, adianta.

Novo disco. Recém-lançado, “Semelhantes” tem autorais e parcerias: “Paladar” foi feita a seis mãos com os tribalistas Arnaldo Antunes e Marisa Monte; e “Orgulho de Nós Dois” foi escrita com Ivete Sangalo. Já a grande novidade do álbum, “Carreirinha”, é um aperitivo do trabalho que o artista está preparando para lançar no ano que vem, contendo oito inéditas do Exagerado.

Brown conta que Lucinha Araújo o procurou para que o trabalho resultasse em uma forma de ajuda à Fundação Viva Cazuza, que tem passado por problemas financeiros, e que deve em sair em turnê com o disco em 2019.

O artista conta que o álbum tem por objetivo “não falar só de si, mas de todos”. “‘Semelhantes’ traz a mensagem de coesão social”, pontua.

REBENTOS. Brown se enche de orgulho ao falar dos filhos. Um deles, Chico Brown, escreveu com o avô Chico Buarque “Massarandupió”, uma das faixas mais bonitas do álbum “Caravanas”. Em entrevista recente, Brown revelou ter entregado um violão italiano para Chico Brown, e ele quebrou todo. “Ele via a cena de rock e imitava. Eu disse, ‘ih, esse menino é roqueiro’”.

Ele também destaca o trabalho de outra filha, Clara, 18, que gravou com o avô “Dueto” (também em “Caravanas”) e cantou “Paladar” no álbum do pai. Brown admite que a filha é musical, mas se limita a participações. Clara foi vista também no documentário “Chico, Artista Brasileiro” (2015). Além de Chico e Clara, são frutos do casamento de Brown com Helena Buarque de Hollanda Cecília, 10, e Leila, 7. Já Miguel, 20, e Nina, 26, são filhos de outros relacionamentos.

 
“Semelhantes” pode ser ouvido nas plataformas digitais do artista