Bruno Luperi revelou que tem uma ligação mais do que especial com o folhetim que narra a saga de José Inocêncio, um fazendeiro da zona cacaueira de Ilhéus, na Bahia. Lá, apaixona-se após o boi-bumbá passar por sua fazenda, casa-se com Maria Santa e torna-se pai de quatro filhos: José Augusto, José Bento, José Venâncio e João Pedro, cujo nascimento é acompanhado da morte da mãe, por complicações durante o parto. A partir dali, o protagonista passa a rejeitar o caçula.
“Renascer é a novela que mais me toca. Eu tinha apenas 5 anos e foi a primeira novela que vi as coisas acontecerem. Meu avô escrevendo e as coisas e os personagens ganhando vida. Tenho essa lembrança muito viva. Acho que meu avô tem dois marcos em sua carreira: Pantanal e Renascer, mas com esta última, foi onde ele conseguiu andar na ponta dos cascos, atingiu o ápice dele enquanto novelista e contador de história, com personagens míticos que entraram no imaginário do público”, salientou Bruno ressaltando que tinha jurado para si mesmo que nunca mais faria nenhuma novela de Benedito Ruy Barbosa após Pantanal. “Mas o Villamarim (o mineiro José Luiz Villamarim, diretor do núcleo de teledramaturgia da Globo), destampou a garrafinha do cramulhão (diabinho de estimação do personagem Tião Galinha). Fui provocado pela Globo e não resisti” admitiu.
O diretor Gustavo Fernandez conta que ficou impressionado como - assim que foi anunciado o remake de Renascer - tamanho o interesse com relação à produção. "É a novela da vida de muitas pessoas, inclusive, do próprio Bruno (Luperi). Desde que fui convidado pra fazer Renascer, vários atores me ligaram, gente que participou da primeira versão. Apesar de não ter visto e nem trabalhando na trama original, o convite do Villamarim também abriu a garrafinha do cramulhão pra mim", brincou o diretor.
Fernandez ainda cita uma feliz coincidência. Natural de Porto Alegre (RS), ele conta que seu primeiro trabalho no Rio de Janeiro foi de assistente no filme 'Lavoura Arcaica' (2001) do diretor Luiz Fernando Carvalho, justamente o diretor geral de Renascer, em 1993. "Fui assistente do Luiz durante 4 anos. E quando veio esse convite pra Renascer achei tudo muito simbólico porque foi a novela que conseguiu definir a linguagem estética do trabalho dele", destaca.
Memória afetiva
Juliana Paes, que dá vida à cafetina Jacutinga, também é outra que tem uma relação de carinho com a trama exibida em 1993. Ela tinha 13 anos na época e recorda que sempre acompanhava a novela protagonizada por Antonio Fagundes. “Renascer é memória afetiva e marcou uma fase muito especial da minha vida. Foi um caso de amor. Não deixava nunca de assistir e era uma emoção acompanhar aquela história”, frisou a atriz que também esteve presente no remake de Pantanal na pele de Maria Marruá.
Juliana falou sobre sua personagem, que na versão original foi interpretada por ninguém menos do que Fernanda Montenegro. Dona da ‘casa das damas’, Jacutinga é uma mulher de grande força e sabedoria. Acolhedora, torna-se uma segunda mãe para Maria Santa (Duda Santos) quando a jovem é abandonada à sua porta pelos pais. É ela quem promove o casamento de Santinha e José Inocêncio (Humberto Carrão) em sua casa e realiza o parto dos quatro filhos do casal. Jacutinga tem um carinho especial por Norberto (Matheus Nachtergaele) até o dia que vai embora sem revelar o seu destino.
“A Jacutinga da Fernanda é um acontecimento e o já foi feito com perfeição não pode ser copiado, refeito, precisa ser reinventado, e acho que é isso que o Bruno pensou quando me entregou essa Jacutinga. O público pode esperar por uma outra mulher e outro tempo, com um outro olhar sobre a vida. A minha Jacutinga pertence muito aos dias de hoje, ela é atual, defende muito a luta das mulheres de nosso tempo”, ressaltou a atriz.
Humberto Carrão, que faz o protagonista na primeira fase da novela que terá 13 capítulos (na segunda o papel caberá a Marcos Palmeira), revelou que é uma alegria dar vida a um personagem tão importante da teledramaturgia e que se sente privilegiado. “Esse texto e esse personagem é das coisas mais lindas que eu já fiz na vida. É uma beleza e uma sorte poder fazer o José Inocêncio”, frisou.
Carrão ainda comentou que não se preocupou muito com as comparações com a versão anterior. “A gente não fica comparando como foi tal cena e fala pouco sobre isso. Minha relação com Renascer é de muito respeito, admiração, e tomara que a gente chegue perto do que foi", anseia.