Desde os primeiros traços animados de Walt Disney, há 100 anos, a magia dos filmes se entrelaçou com os sabores e aromas que despertam nossos sentidos. Quem ao assistir “A Dama e o Vagabundo” não se sentiu tentado por uma garfada de macarrão com almôndegas irresistível? Ou, ao se emocionar com as aventuras do ratinho cozinheiro Remy em “Ratatouille”, não desejou experimentar o clássico prato francês que dá nome ao filme?

Ao longo de seu centenário, a Disney não só nos presenteou com histórias inesquecíveis, mas também com pratos que se tornaram ícones da cultura pop, nos instigando a imaginar o sabor, a textura e o aroma. 

No clima da efeméride, a capital mineira também entra, de certa forma, na comemoração. É possível degustar receitas que permeiam o universo das clássicas animações servidas por chefs em vários restaurantes de Belo Horizonte. A maioria delas, é claro, é reinventada com um toque pessoal, mas o suficiente para que a magia dos clássicos da Disney possa ser apreciada e a infância rememorada a cada garfada.

Torta de maçã, da "Branca de Neve"
Em uma cena de “Branca de Neve e os Sete Anões”, a primeira animação lançada por Walt Disney, em 1937, a princesa prepara uma torta especialmente para o anão Zangado. Feita com maçã, fruta ícone que permeia a história, a versão da confeitaria Mole Antonelliana tem massa amanteigada, geleia de damasco, pão de ló umedecido com licor de rum, creme de baunilha e, claro, maçã. “Faço um desenho com fatias que simulam flores de maçã Argentina. Por último, eu polvilho o açúcar cristal para dar um aspecto douradinho no forno depois de assada”, explica a confeiteira Leize Guerra.  

Macarrão com almôndegas de "A Dama e o Vagabundo"
Joca e Lady, o casal canino mais romântico da história da animação da Disney, dividem um apetitoso prato de espaguete com almôndegas que deu origem à uma das cenas mais icônicas – e apaixonantes – em “A Dama e o Vagabundo”. A cena é recriada por casais (também humanos) apaixonados e, claro, ficaria ainda melhor com um verdadeiro prato italiano. Em Belo Horizonte, o Bella Roma Ristorante, endereço que prioriza receitas autênticas da Terra da Bota, prepara o ragù con polpette, como é chamada a massa com molho de tomate e almôndegas, receita da família do chef Marco Cerusico. 

Ratatouille do chef Remy 
Quando o assunto é gastronomia, o filme mais emblemático da Disney é “Ratatouille”. Não poderia ser diferente: o filme tem como personagem principal o adorável ratinho Remy, que tem o sonho de se tornar um chef de cozinha. Uma das receitas imortalizadas foi a que dá nome ao longa: ratatouille, uma receita francesa simples que consiste em legumes assados e temperados. 

Na versão preparada pela chef Ju Duarte, da Cozinha Santo Antônio, legumes como abobrinha, berinjela, cebola, pimentão vermelho e tomate concasse são cortados bem certinhos para que fiquem crocantes e bem coloridos. 

“Eu sou fã da comida francesa, dos cortes perfeitos e de tomilho. Essa é a base da receita. Os legumes precisam manter a cor viva, por isso cozinho pouco, deixando-os crocantes”, disse a chef. No restaurante, ela costuma servir o ratatouille com rosbife e empadinha de queijo.

Gumbo, de  “A Princesa e O Sapo”
 A cozinha cajun e creole do Sul dos Estados Unidos é retratada no filme “A Princesa e O Sapo”. Tiana é uma jovem garçonete de um restaurante na cidade de Nova Orleans, na Louisiana, ela possui o sonho de ter o próprio endereço gastronômico. O prato que é a estrela do cardápio do filme é o gumbo, um guisado preparado com vários tipos de carne, mariscos ou legumes.

Em Belo Horizonte, o restaurante Gumbo Soulfood, especializado na comida típica de Nova Orleans (o primeiro na capital mineira), prepara a sua versão, que preza pelas influências francesas, espanholas, caribenhas, africanas e nativo-americanas. “É feito com camarões e frango, linguiça, lombo defumado e quiabo ao molho gravy de roux preto servido com arroz branco e waffle de pão de milho”, explica Giancarlo Zorzin, à frente do espaço que fica na Galeria São Vicente, no centro.