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Café pode reduzir o risco de impotência sexual

Um novo estudo revelou que a cafeína, consumida através de café - de 2 a 3 xícaras por dia -, refrigerantes e bebidas energéticas pode ter um efeito positivo sobre o combate à disfunção erétil

Sex, 29/05/15 - 12h02
Beber duas a três xícaras de café por dia pode reduzir o risco de impotência sexual | Foto:

A disfunção erétil (DE) ou impotência sexual - como é popularmente conhecida - é a incapacidade de obter e manter uma ereção firme o suficiente para uma relação sexual. É a forma mais comum de disfunção sexual masculina e afeta  mais de 18 milhões de homens com idades acima de 20 nos EUA. Mas um simples cafezinho pode trazer um novo alento no combate à DE.

Um estudo recente, publicado pela revista científica norte-americana Plos One, considera a hipótese de que a cafeína, consumida através do café, refrigerantes e bebidas energéticas,  pode proporcionar resultados positivos na batalha contra a doença. Segundo a pesquisa, duas a três xícaras de café por dia podem reduzir o risco da importância masculina em 42%.

A impotência sexual é devastadora para os homens e pode causar falta de auto-confiança, estresse e problemas de relacionamento. A maioria dos casos de DE é causada por problemas físicos, incluindo a pressão arterial elevada, o excesso de peso, obesidade, diabetes e colesterol elevado, mas também pode ser desencadeada por problemas psicológicos.

Os cientistas da Universidade do Texas Health Science Center em Houston (UTHealth), nos EUA, liderados pelo Dr. David Lopez, usaram dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição americana, um programa de estudos que avaliam o estado de saúde e nutricional dos americanos para investigar o papel da ingestão de cafeína no DE.

A pesquisa ​​envolveu 3.724 homens com idades acima de 20 anos. Destes homens, 40,9% tinham sobrepeso, 30,7% eram obesos, 51% tinham hipertensão arterial e 12,4% eram diabéticos.
Os pesquisadores estimaram a ingestão de cafeína dos homens por meio da análise de dados  de 24 horas, partindo do relato dos participantes sobre todos os alimentos e bebidas consumidos no dia anterior. As fontes de cafeína avaliadas incluíram café, refrigerante, bebidas energéticas e chá.

No geral, o grupo de cientistas constatou que os homens que consumiram de 85 a 170 miligramas (mg) de cafeína por dia apresentavam uma probabilidade 42% menor de relatar uma disfunção erétil. Já aqueles que consumiram de 170 a 303 mg de cafeína esse número não passava de 39%. Foi observado que os níveis de cafeína consumida entre os homens com risco reduzido de impotência foram o equivalente a beber duas a três xícaras de café por dia.

A maior ingestão de cafeína também apresentou resultados na redução do risco de DE em homens com sobrepeso ou obesos e aqueles que tiveram a pressão arterial elevada - todos  considerados fatores de risco para a doença.

No entanto, Dr. Lopez observa que a cafeína não reduz o risco de disfunção erétil para homens com diabetes. "O diabetes é um dos maiores fatores de risco para disfunção erétil, e isso não foi surpreendente", acrescenta.

O médico disse ao Medical News Today, publicação científica, que as conlusões de seu estudo representam apenas uma associação entre o consumo de café e disfunção erétil. Não há, ainda, qualquer recomendação clínica. "No entanto, esta é uma boa base para continuar investigando os efeitos da ingestão de cafeína sobre os resultados de saúde urológica, principalmente na realização de estudos prospectivos", constata.

Embora os mecanismos por trás dessa associação estejam claros, os pesquisadores acreditam que a cafeína induz uma série de efeitos farmacológicos que provoca relaxamento das artérias penianas e do músculo liso cavernoso do pênis, aumentando o fluxo sanguíneo.

Os cientistas apontam que alguns fatores de risco para disfunção erétil , tais como doenças cardiovasculares,  não foram abordados especificamente neste estudo.

O café tem sido aclamado como tendo inúmeros outros benefícios de saúde. No mês passado, o Medical News Today publicou um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, que atestou que o café poderia reduzir pela metade a recorrência do cancro da mama em algumas mulheres, enquanto outra pesquisa concluiu que beber até cinco xícaras de café por dia pode reduzir o risco de obstrução das artérias e ataque cardíaco.
 

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