Vida sexual

Praticar atividades físicas melhora a qualidade sexual. Saiba as melhores

Estudos comprovam que o sedentarismo é um fator de risco no desenvolvimento de problemas sexuais

Por Da Redação
Publicado em 03 de novembro de 2023 | 06:00
 
 
A prática de atividades físicas contribui para um melhor desempenho sexual Foto: iStock

Altamente recomendada, a prática regular de atividades físicas traz inúmeros benefícios para a saúde e bem-estar das pessoas, incluindo a redução do estresse e a diminuição de sintomas da ansiedade e da depressão. Os exercícios ainda contribuem para a melhora da qualidade de sono e previnem doenças crônicas, como a pressão alta e a diabetes, entre outros vários fatores. Mas os benefícios da prática vão além e podem impactar até mesmo a saúde sexual, melhorando o desempenho, a qualidade e a própria libido.

Um estudo, publicado em 2021 no “Journal of Sexual Medicine”, mostrou que mulheres que se exercitavam até seis horas por semana apresentavam maiores níveis de desejo e excitação que as mulheres sedentárias. A lubrificação também foi impactada de forma positiva pelas atividades físicas. Além disso, o artigo evidenciou que essas mulheres apresentaram menor sofrimento sexual e menor resistência nas artérias do clitóris, fator que deixava a região com um fluxo sanguíneo melhor, aumentando o prazer.

Mas os benefícios da prática de exercícios físicos não ficam restritos às mulheres. Um estudo desenvolvido pelas universidades de Siegen e Trier, na Alemanha, apontou que homens que fazem atividades físicas por alguns minutos diariamente são mais propensos a sentir maior desejo sexual do que aqueles que fazem pouca ou nenhuma atividade.

De acordo com a sexóloga Enylda Motta, manter uma vida saudável – o que inclui a prática de exercícios físicos – tem um impacto extremamente positivo na vida sexual das pessoas. Ela observa, ainda, que a prática regular de esportes ou outras atividades que movimentam o corpo também é fundamental na melhora da autoestima, deixando as pessoas mais seguras. “O exercício ajuda demais, porque, antes de tudo, você está colocando o seu corpo em movimento, e o sexo passa pelo corpo, pelo toque. O alongamento também contribui. E tudo isso aumenta a autoestima, a libido. Os hormônios estão todos em ebulição, funcionando bem”, afirma.
A especialista acrescenta ainda que fazer exercícios físicos pode contribuir para a melhora da relação do casal, principalmente quando as atividades são feitas em companhia. Corridas, caminhadas e até mesmo esportes em dupla são algumas das sugestões dadas por ela.

Outra atividade recomendada é o pilates. A prática, aliás, teve os seus benefícios atestados por um estudo recente desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Sakarya, na Turquia. Conforme a pesquisa, a modalidade foi uma importante aliada no tratamento da disfunção sexual feminina (FSD), condição que afeta o apetite sexual, dificulta a excitação e a chegada ao orgasmo, além de causar dor durante as relações com penetração.

Após acompanhar 36 mulheres, com idades entre 20 e 50 anos, o estudo observou que todas elas notaram melhoras significativas nos sintomas da disfunção após praticarem pilates por três meses em uma frequência de duas aulas por semana.

Mas, mesmo que as atividades físicas sejam fundamentais para a saúde, é importante que os esportes sejam praticados sem excessos. “A atividade física é indicada em todos os momentos e pode ajudar a melhorar vários aspectos e disfunções, mas não pode ser um vício”, destaca a sexóloga.

Ela pondera ainda que a prática não pode substituir comportamentos disfuncionais. “Acompanho um caso de uma pessoa que fazia uso da pornografia e teve a indicação, feita por outro profissional, de fazer exercícios. Houve uma melhora, mas a pessoa acabou trocando um vício por outro, e a atividade física virou uma compulsão. Tudo precisa ter um limite, porque, se for em excesso, passa a ser um problema”, explica Enylda.

Sedentarismo prejudica a performance

Se a prática física é uma aliada da vida sexual, a falta dela também tem seus impactos na qualidade do sexo e na própria saúde das relações. É isso o que mostram vários estudos científicos. Um deles, desenvolvido por pesquisadores do departamento de urologia da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, evidenciou que homens sedentários têm 50% mais chances de apresentar disfunção erétil do que aqueles que praticam atividade física com regularidade.

Outra pesquisa, desenvolvida entre 2011 e 2012, revelou que 90% dos pacientes atendidos com queixas de impotência sexual pelo Centro de Referência de Saúde do Homem, em São Paulo, eram sedentários.

O sedentarismo também tem impactos na vida sexual de mulheres. Um estudo, este publicado na revista científica “Obesity”, mostrou que mulheres sedentárias e obesas relataram ter problemas com atividade sexual, desejo e desempenho na hora do sexo.