A recente morte da cadelinha Potyra, uma pug adotada pelo casal de youtubers Kéfera Buchmann e Gustavo Stockler, causou grande comoção na internet. O episódio trouxe à tona uma doença relativamente comum entre os cães, mas até então pouco conhecida da maioria das pessoas: a tosse dos canis.

A doença é uma infecção viral, bacteriana ou causada pelos dois agentes e tem maior incidência nos meses de frio. O principal sintoma é a tosse, mas pode haver outros. “A tosse pode se apresentar em variados graus, e pode haver presença de secreção nasal com pus. Os sinais podem se agravar caso ocorra infecção secundária, observando-se febre, anorexia e respiração curta. Em alguns casos, podem ser observadas amigdalite, rinite e conjuntivite, além de pneumonia intersticial ou broncopneumonia”, explica a veterinária Fabiana Zerbini, gerente técnica da farmácia veterinária Virbac.

Como uma gripe, a doença é transmitida pelo contato direto de um cão com o outro ou pelo contato de um cão sadio com secreções de um cão doente suspensas no ar. Os agentes também se espalham rápido por utensílios dos cães, como comedouros e bebedouros, casinhas e camas. Apesar de todos os cachorros estarem suscetíveis à infecção, ela é mais comum nos que frequentam lugares com maior concentração de animais, como pet shops, canis, hotéis e abrigos.

Foi assim que a cadela Arya, da raça akita, contraiu a tosse no início do mês. Ela frequenta uma “creche” para cães três vezes por semana, e uma das outras frequentadoras estava com a doença.

“Ela começou com uma tosse seca e, depois, passou a cuspir uma secreção no chão. Não foi uma doença grave, mas foi bem chata. Quando ela ficava ansiosa ou agitada – voltando dos passeios, por exemplo –, tossia muito mesmo”, conta a bancária Thaís Ferreira, 28, tutora de Arya.

Em alguns casos, os sintomas desaparecem sozinhos depois de quatro a 21 dias. Em outros, o tratamento é feito com antibióticos e medicamentos para atenuar os sintomas. Arya precisou de tratamento, pois os sintomas estavam interferindo muito em sua qualidade de vida. “Ela tomou três injeções de antibiótico e, em cerca de uma semana, já estava curada”, conta Thaís.

Mas melhor do que tratar é prevenir a tosse dos canis. “Lugares arejados, limpos e com baixa densidade de animais são ideais para a prevenção. No caso de suspeita de um animal infectado, recomenda-se que ele seja isolado e que não saia para passear”, orienta a veterinária Fabiana Zerbini.

Prevenção

Vacina. Exista uma vacina para a tosse dos canis. No entanto, ela não é consenso entre os veterinários por não conter inoculadores para todos os tipos de vírus causadores da doença.

Agravamento

Dupla infecção é o que leva cão a óbito

A tosse dos canis costuma ser uma infecção benigna: os sintomas vêm, causam certo desconforto, mas depois se vão sem deixar maiores problemas. Porém, a situação do animal pode ficar bem grave em alguns casos.

“Quando há a associação de outros agentes na infecção, como a bactéria Bordetella bronchiseptica, os quadros costumam ser mais graves, devido a uma maior lesão do epitélio respiratório”, explica a veterinária Fabiana Zerbini, da Virbac. Quando há a infecção por vários agentes, pode ocorrer a morte do animalzinho.

Quando relatou a morte de sua cadelinha Potyra, a youtuber Kéfera afirmou que ela foi diagnosticada com pneumonia, doença causada por bactéria. A youtuber acusou o estabelecimento que doou a cadela de negligência, mas a dona do canil alegou que Kéfera e o namorado expuseram a cadela ao frio, o que teria levado à infecção. (RS)

Flash

Contágio. A tosse dos canis é mais comum no inverno, porque nessa época do ano, a resistência dos cães costuma baixar, e seu sistema imunológico fica enfraquecido, favorecendo o aparecimento de doenças.