Política Externa

EUA anuncia restrições a viagens e envio de remessas a Cuba

Medida vai restringir viagens não familiares que tinham sido liberadas no governo Obama

Por AFP
Publicado em 17 de abril de 2019 | 16:59
 
 
John Bolton anunciou série de restrições a viagens e envio de remessas a Cuba JOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

Os Estados Unidos vão limitar as viagens e o envio de remessas a Cuba, disse nesta quarta-feira (17) o assessor de segurança nacional, John Bolton, ao reverter a política de abertura adotada pelo governo anterior.

"O Departamento do Tesouro implementará mudanças regulatórias para restringir as viagens não familiares a Cuba", disse Bolton em um almoço em Miami com a comunidade cubana. "Também vamos anunciar novos limites para as remessas a Cuba".

"Estas novas medidas ajudarão a tirar dólares americanos do regime cubano", disse Bolton.

Horas antes, o governo de Donald Trump anunciou em Washington que ativará em maio uma norma que permite processar em tribunais americanos empresas estrangeiras presentes em Cuba que administram bens confiscados dos cubanos pela revolução.

Não há números oficiais, mas se estima que as remessas sejam a segunda fonte de receita da ilha, atrás da exportação de serviços médicos. Segundo o Havana Consulting Group, 70% dos cubanos recebem remessas.

As viagens de cidadãos americanos a Cuba que não tinham como objetivo visitar familiares eram proibidas antes de o presidente anterior, Barack Obama, descongelar as relações com Havana em dezembro de 2014.

A partir dessa abertura, os Estados Unidos permitiram a seus cidadãos fazer viagens à ilha em 12 categorias, como por exemplo contatos culturais ou profissionais, que na prática eram eufemismos para visitas turísticas.

A medida abriu um leque de ofertas de cruzeiros e viagens aéreas que, com toda pompa, começaram neste período a oferecer viagens a Cuba pela primeira vez em mais de meio século.