Os Estados Unidos rejeitaram ontem discutir a retirada de suas tropas do Iraque depois que Bagdá pediu a Washington que envie uma delegação para iniciar os preparativos neste sentido. “Nesse momento, seria melhor enviar uma delegação ao Iraque para discutir a melhor maneira de reconfirmar nossa parceria estratégica, e não por discutir a retirada de tropas”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus em comunicado.
O Parlamento iraquiano votou no domingo pela retirada dos 5.200 soldados americanos no Iraque após um ataque dos Estados Unidos em Bagdá no início de janeiro, no qual o principal general do Irã Qassem Soleimani e o líder da milícia iraquiana pró-Irã Abu Mehdi al-Muhandis morreram.
O ataque reavivou o sentimento antiamericano no Iraque. O primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdel Mahdi, pediu ao secretário de Estado americano, Mike Pompeo, que enviasse uma delegação para implementar a decisão do parlamento e organizar a partida das tropas.
O Departamento de Estado defendeu a presença de tropas no Iraque para combater o grupo jihadista Estado Islâmico (EI). Os Estados Unidos invadiram o Iraque em 2003 para derrubar o ditador Saddam Hussein, causando derramamento de sangue.
Após uma retirada ordenada pelo ex-presidente Barack Obama, as tropas dos EUA foram convidadas em 2014 a voltar ao país para ajudar a derrotar o grupo extremista EI. Mas, sob o presidente Trump, o Iraque se tornou cada vez mais um campo de batalha entre os EUA e o Irã.
Milícias xiitas iraquianas apoiadas pelo Irã lançaram mísseis nesta semana contra bases americanas no Iraque, enquanto o governo Trump tenta pressionar o Irã com sanções econômicas draconianas.
Sanções
Após a coletiva de imprensa dos secretários do Tesouro americano, Steven Mnuchin, e de Estado, Mike Pompeo, o Departamento do Tesouro divulgou nota sobre as novas sanções impostas ao Irã. Serão alvo de sanções econômicas adicionais oito autoridades do regime iraniano, bem 17 dos maiores fabricantes de aço, alumínio, cobre e ferro do Irã, diz o órgão.
Novas sanções também foram impostas a Cuba: eles proibiram voos fretados entre os EUA e a ilha. O intuito é cortar a receita do regime cubano, que dá apoio à Venezuela.
Ataque iminente
Na coletiva, Pompeo afirmou que o ataque dos EUA que matou o comandante das Forças Quds, da Guarda Revolucionária do Irã, evitou ataques iminentes a embaixadas americanas.
Mais tarde, o presidente Donald Trump disse Soleimani planejava ataques contra “quatro embaixadas” americanas. “Posso revelar que acho que seriam quatro embaixadas”, disse Trump em entrevista que seria transmitida pela Fox News. “Provavelmente (um dos alvos) seria a embaixada de Bagdá”, acrescentou.