Para muitos homens o simples fato de pensar na parceira com outro é suficiente para gerar ciúmes e insegurança. Porém, outros desejam ver e viver esse tipo de situação. O fetiche do corno, conhecido também como cuckold, é justamente essa vontade de assistir à esposa ou namorada tendo relações sexuais com outra pessoa, ou mesmo saber que isso está acontecendo em algum outro lugar. 

No Dia do Corno, 25 de abril, um levantamento do site Sexlog indica que 90% dos usuários do site já desejaram ver a parceira em relações sexuais com outro homem. Os adeptos ao fetiche adotam uma dinâmica de dominação e submissão, em seguida a hotwife (termo usado para designar a esposa que trai) faz do sexo com outro homem como forma de humilhação para o cuckold.

Apesar de usar o termo “traição” para dar o tom do fetiche, na prática ninguém está traindo ninguém já que uma das principais regras do cuckold é o consentimento de ambas as partes. Logo, a “traição” e “humilhação” ficam mais na parte lúdica.

“O ciúme é parte da insegurança, do sentimento de perda e de posse. Se você estiver com alguém e confia nas suas atitudes, não tem porque ter ciúmes. Como é tudo feito juntos, em acordo, não enxergo como traição”, afirma um usuário do site, de 50 anos, em nota.

Mulheres também são adeptas ao feitiche

Segundo o levantamento, fetiche em ser corno não parte apenas de homens que gostam de ver suas parceiras com outros. Conforme o Sexlog mulheres que sentem prazer em assistir o parceiro fazendo sexo com outra mulher. A configuração existe e, a ela, são atrelados os termos cuckquean (a mulher que gosta de ser traída) e hothusband (homem que é assistido traindo).

A depender do contexto, do combinado e das preferências de cada casal, a “traição” pode acontecer de várias formas: a distância, com os detalhes contados posteriormente; ou mesmo com o(a) corno(a) fazendo a vez de voyeur, assistindo a cena de longe ou de perto, e até mesmo filmando.

Feitiche divide opiniões

A prática de cuckold divide opiniões, principalmente, em casais que se consideram monogâmicos. Por se tratar de uma interação que envolve a quebra de um padrão, muitas vezes, as pessoas consideram o fetiche um desvio ou distorção da “normalidade”, que é adquirido pelo vício em pornografia.

“Infelizmente ainda carregamos um estigma da ‘normosexualidade’ e do que é aceito e considerado normal dentro de determinados parâmetros. É claro que a indústria pornô é problemática por seus abusos e irrealidades, mas um casal pode entrar em contato com um fetiche por meio de material erótico e, de forma saudável e consensual, gerar muito prazer para a relação”, explica o terapeuta sexual André Almeida, ao Metropoles. 

*Com informações do Metropoles.