"O massacre Bucha foi deliberado", denunciou neste domingo (3) o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, um dia após a descoberta de vários corpos nesta cidade ao noroeste de Kiev, recuperada das mãos do exército russo.

"Os russos querem eliminar tantos ucranianos quanto possível. Nós devemos pará-los e expulsá-los. Eu exijo novas sanções devastadoras do G7 AGORA", escreveu Kuleba no Twitter.

"Região de Kiev. Inferno do século 21. Corpos de homens e mulheres, que foram mortos com as mãos amarradas. Os piores crimes do nazismo retornaram à UE [União Europeia]", tuitou o conselheiro da presidência ucraniana Mykhaylo Podolyak.

Vala comum

Corpos de 57 pessoas foram encontrados em uma vala comum na cidade de Bucha, afirmou Serhii Kaplychny, comandante dos socorristas da localidade, que mostrou o lugar à AFP.

Dez cadáveres eram visíveis, alguns deles parcialmente enterrados atrás de uma igreja do centro da localidade, que fica ao noroeste da capital ucraniana. Alguns estavam em sacos mortuários, outros com suas roupas civis. 

"Aqui, nesta grande cova, 57 pessoas estão enterradas", disse Kaplychnyi, que organizando a recuperação dos corpos.

Correspondentes da AFP observaram no sábado (2) ao menos 20 cadáveres com roupas civis em uma rua de Bucha. Um homem tinha as mãos amarradas, com o passaporte ao lado, e os corpos estavam espalhados em centenas de metros.

Ao menos 300 pessoas foram enterradas em valas comuns na cidade, que foi tomada pelos russos há algumas semanas e recuperada pelos ucranianos nos últimos dias.

Atrocidades

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, acusou neste domingo o exército russo de ter cometido "atrocidades" na região de Kiev e pediu mais sanções contra Moscou. 

"Chocado com as imagens perturbadoras das atrocidades cometidas pelo exército russo na região libertada de Kiev", escreveu Michel no Twitter, com a hashtag #BuchaMassacre".

"A UE ajuda a Ucrânia e as ONGs a reunir as provas necessárias para ações nos tribunais internacionais", acrescentou. 

"Mais sanções e ajuda da UE estão a caminho", completou. (AFP)