Problema

Vila Samag sofre com excesso de entulhos  

Aglomerado está em processo de desapropriação, e os moradores reclamam que suas casas estão infestadas de animais peçonhentos

PUBLICADO EM 19/09/14 - 03h00

Quem passa diariamente pela Francisco Firmo de Matos, na Vila Samag, próximo ao ItaúPower Shopping e à Unimed, certamente tem notado a destruição de diversos barracos que ficavam à beira da avenida. O que pouca gente sabe é que além do excesso de entulhos e lixos que permanece no local, os moradores da região estão convivendo diariamente com roedores, insetos e animais peçonhentos.

Na semana passada, a moradora Lucineia de Freitas Silva levou um susto ao precisar correr para o pronto-socorro com o filho de apenas dois anos, que foi picado por um escorpião duas vezes ao brincar de bicicleta dentro de casa. “Ele deu entrada no João XXIII entubado e ficou internado durante todo o fim de semana. Está vivo por um milagre”, diz a avó do menino, Normeci de Freitas.

Além da criança, os moradores afirmam que muitas pessoas passaram pela mesma situação nos últimos dias. O clima quente atrelado ao acúmulo de sujeira faz com que a presença desses animais se torne corriqueira. Para avaliar a situação, uma assistente social foi até a casa de Lucineia na última quarta-feira e, ao constatar o real perigo, elaborou um relatório que deve garantir a remoção da família para um local adequado.

A equipe de reportagem entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Contagem, que informou que essa é uma demanda do Departamento de Obras Públicas do Estado de Minas Gerais (DEOP/MG).

De acordo com o órgão, “a retirada do entulho nas vilas Samag e do Canal foi reiniciada nesta quinta-feira (18) e tem a previsão de ser concluída em dez dias”.

Ainda segundo o departamento, a retirada do entulho será um trabalho contínuo. “Em relação à questão da presença de insetos e animais peçonhentos, será solicitado à Prefeitura de Contagem o combate aos escorpiões no local”.

Intervenções

No projeto, que é conhecido como PAC Ferrugem, serão investidos aproximadamente R$ 276,6 milhões. O principal objetivo do Projeto de Requalificação Urbana e Ambiental e Controle de Cheias do Córrego Ferrugem é retirar as famílias das áreas de risco, reassentando-as dignamente e controlando as enchentes.

A desapropriação engloba outras cinco vilas, além da Samag – onde as ações de desapropriação tiveram início em 2011. Ao todo, já foram realocadas 1.299 famílias. Faltam 277, que ainda estão distribuídas nas áreas de cinco vilas, menos a Vila PTO, que já teve toda a área desocupada.

Ainda de acordo com o DEOP, especificamente para o local onde se situa parte da Vila Samag e toda a Vila do Canal, será implantado um novo canal de macrodrenagem, paralelo ao existente e localizado ao longo de parte da av. Francisco Firmo de Matos. No local da Vila do Canal serão construídos seis prédios de oito pavimentos destinados ao reassentamento de famílias, tanto de famílias dessas citadas Vilas, como da Vila Itaú.

Até o momento foram gastos, pelo Estado, por meio do DEOP/MG, com indenização de benfeitorias, R$ 29,8 milhões. “Cerca de 85% das desapropriações têm sido realizadas por meio de acordos amigáveis. Para o restante dos imóveis a negociação está sendo feita por meio de processos judiciais. Neste caso, não há como definir ou ter o controle do prazo para conclusão dos acordos, pois o assunto está submetido aos prazos da Justiça. Mesmo assim, há uma expectativa de que até março de 2015 todas as desapropriações tenham sido concluídas”.