Às vésperas de mais um Carnaval, a tristeza tomou conta de todos nós. A festa acontecerá, como querem o prefeito e os carnavalescos. As pesadas chuvas fizeram estragos terríveis, mas não mataram a esperança. Para eles, a festa de hoje será melhor do que a de ontem.
Estamos há cerca de sete meses das eleições municipais, que ainda estão mornas, mas esquentarão logo após o recolhimento de Momo ao seu merecido descanso. As eleições de 2022 já estão na mesa e na boca de muita gente, ocupante de cargo eletivo ou público. A que mais chama a atenção é a eleição para a Presidência da República.
Especular sobre 2022 agora, em 2020, não é mais tão exagerado ou inoportuno. O tempo, para o presidente Bolsonaro, talvez seja pouco para se trabalhar sua reeleição. Com certeza, em 2022, não terá as mesmas facilidades que encontrou em 2018, ocasião em que a maioria dos eleitores só pensava num objetivo: acabar de vez com o PT.
A reeleição de Jair Bolsonaro tornou-se objeto de preocupação desde o início do ano passado. Apoiado pelos filhos e pela sua fiel grei, o presidente, que já foi contra a reeleição, não pensa noutra coisa.
A tarefa, neste momento, é afastar os concorrentes, mesmo que sejam oriundos do seu próprio governo. Já fez uma advertência geral a todos os ministros que pensam em ser candidatos. Mas a atenção está sobre o ministro Sergio Moro, que correu e corre o risco de esvaziamento.
Hoje, o panorama mudou. É fora de dúvida, leitor, de que quem está governando reúne melhores condições de vitória. Se o país crescer, a chance aumenta.
Mas há que se contar com um fato novo, que é a presença do ministro da Justiça e da Segurança, Sergio Moro. Que decidirá o ministro? Irá para o STF? Será vice de Bolsonaro? Abraçará a advocacia e com grande chance de ganhar muito dinheiro? Ou, com fortes apoios, assumirá de vez sua candidatura à Presidência?
São infindáveis realmente as perguntas que podem ser feitas. Exemplos: o presidente Bolsonaro entrará nas eleições municipais ou ficará distante delas? Seu novo partido, mesmo fora dessas eleições, terá condições de formar uma base atuante e consistente no Congresso?
O PT, ou a oposição liderada por ele, dificilmente retornará com força em 2022. Se voltar, estará escorada, outra vez, no ex-presidente Lula. No PT, ninguém será capaz de anunciar o seu declínio.
O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, que defende um candidato de centro, já disse que está passando da hora de Doria, Huck e Ciro conversarem sobre a próxima sucessão. A ideia é boa, mas seria bom que também conversassem com Sergio Moro, com vistas a retirar dele o que de fato deseja em futuro próximo. Um desafio.