Opinião

Inovação como atitude

Processo de transformação positiva

Por Gilles Coccoli
Publicado em 03 de março de 2020 | 03:00
 
 

Quem trabalha em ambientes corporativos provavelmente já teve a percepção de que a palavra “inovação” se tornou, nos últimos anos, um termo que se tira do bolso na necessidade de mostrar modernidade.

O que me incomoda, no entanto, é ver a palavra meramente como sinônimo de extrema criatividade, uma explosão, uma eureca que somente os gênios exercem como um dom para inventar as tecnologias da vez.

Na verdade, inovação é criar uma transformação positiva e significativa – em processos, em fluxos, em experiências. É o potencial de analisar o que se faz hoje e pensar em como melhorar, em pequena e média escala também.

Não é apenas romper uma tradição, um jeito de fazer, mas também incrementá-lo. Encontrar uma solução para um determinado problema e perceber que, na verdade, ele não existia. O que havia era uma oportunidade de melhoria, de fazer de maneira mais rápida, moderna, eficiente, que torna a vida das pessoas melhor. Essa pode ser a real ousadia na inovação.

Pode ser a criação de um novo dispositivo altamente tecnológico, como um drone, mas também a descoberta de uma forma mais eficaz de usar a farinha para fazer um croissant, por exemplo.

A escritora norte-americana Elizabeth Gilbert, do best-seller “Comer, Rezar, Amar”, disse em um ótimo TED Talks que os gregos acreditavam que a criatividade não era uma característica dos seres humanos, mas, sim, algo que era trazido até eles por criaturas chamadas “daemons”.

O mesmo conceito passou para os romanos, que chamavam esses seres de... gênios. Sim, os gênios não eram as pessoas, e, sim, essas entidades mágicas, divinas. Eram acessíveis a todos e não apenas para alguns afortunados.

A lição aqui é que todos podemos ser criativos e inovadores quando entendemos que é possível. Podemos estar abertos para que os tais “daemons” soprem nos nossos ouvidos não só em grandes projetos mirabolantes, mas também em nosso olhar para as pequenas coisas. É aí que inovação vira atitude.

Na Edenred Brasil, por exemplo, incentivar esse tipo de postura faz parte do dia a dia, e foi a ideia do E.Meeting, evento interno que aconteceu no fim de 2019. Nele, sob o tema Next Frontier, falamos bastante de inovação como cultura, para que os líderes levem isso para as atividades diárias de seus times.

Fazemos da inovação parte inerente ao nosso negócio, ampliando discussões e a troca de conhecimento e compartilhando insights com colegas de trabalho e parceiros. É cocriar, remixar e ressignificar para que a inovação seja uma atitude constante em tudo o que fazemos.