EDITORIAL

Círculo vicioso

Para o consumo crescer, é preciso buscar o desenvolvimento da economia, com novos investimentos, mais empregos e melhores salários

Por Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2019 | 03:00
 
 

Estatística do IBGE, divulgada na semana passada, informou que o volume de vendas no varejo brasileiro recuou 0,6% em abril em relação ao mês anterior. Os dois meses anteriores tinham sido de estabilidade.

Em relação a abril do ano passado, houve alta – de 1,7%. Em Belo Horizonte, o aumento foi de 0,28%. Em abril de 2018, em relação ao mesmo mês do ano anterior, o crescimento havia sido de 2,38%.

O varejo segue 7,3% abaixo do seu nível mais alto, alcançado em outubro de 2014, quando a economia brasileira já se encontrava em recessão, mas o mercado consumidor ainda gastava seus últimos tostões.

Na ocasião, a taxa Selic era de 11,25% ao ano. Os empresários criticavam os juros, afirmando que o modelo macroeconômico estava esgotado. Pediam a adoção de uma nova política econômica.

De lá para cá, muita coisa mudou, como os juros e a inflação, que caíram. No entanto, o brasileiro não teve melhorado o seu poder de consumo, em razão do baixo nível de crescimento da economia.

A situação atual, de perda no ritmo de vendas do varejo, reflete a baixa atividade econômica neste ano, cujo efeito mais dramático é o alto nível de desemprego. Sem emprego, não há renda e não há vendas.

A queda mais forte no volume de vendas foi verificada no setor de supermercados, seguido dos produtos alimentícios e vestuário e calçados – justamente os fatores que mais puxam o consumo das famílias.

A inflação e os juros estão sob controle, mas estimulam pouco o consumo, porque falta dinheiro no bolso de muitos consumidores e quem o tem não se sente com a segurança necessária para assumir compromissos.

Para o consumo crescer, é preciso disparar um círculo virtuoso, buscando o desenvolvimento da economia, com novos investimentos, mais empregos e melhores salários.