Editorial

Sinais do PIB

Governo revisa para cima crescimento da economia

Por Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2021 | 03:00
 
 

As boas notícias do início do ano fizeram o Ministério da Economia revisar para cima as previsões do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Alinhado com as projeções dos analistas de mercado ouvidos semanalmente pelo Banco Central, o Boletim Macrofiscal aponta um crescimento de 5,3%, mas faz alertas importantes sobre as incertezas na economia.

O novo índice equivale à projeção da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de um avanço de 5,8% na economia global e à frente de economias avançadas como Alemanha e Japão, porém, muito atrás de China, Estados Unidos e vizinhos como Colômbia, Chile e Argentina.

Dois pontos foram essenciais para a revisão: a retomada acelerada do PIB no primeiro trimestre, que subiu 1,2%, e o avanço da vacinação contra a Covid-19, que já tem quase 15% da população com o ciclo de imunização completo – comprovando a complementaridade entre saúde e economia.

O horizonte, contudo, não é isento de dúvidas. O Ministério da Economia alertou para a crise hidrológica, que pressiona os custos da energia e, consequentemente, da produção e os preços finais para o consumidor. O que leva à segunda incerteza, que é a inflação. O IPCA de 5,90%, previsto no Boletim Macrofiscal, está acima do teto da meta para 2021, que é de 5,25% e corrói, na prática, o crescimento do PIB.

Além disso, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central de maio, divulgado ontem, aponta uma queda de 0,43% em relação a abril, frustrando as expectativas alimentadas pela alta do mês anterior. E o desemprego permanece elevado, o que limita potencial de renda e consumo. Fatores que precisam ser enfrentados para se chegar a uma economia forte de fato.