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Socorrer é preciso; prevenir é essencial

Melhorar sistemas de alerta precoce, mudar a legislação e criar campanhas públicas generalizadas podem mudar o rumo de uma tragédia

Por Editorial
Publicado em 07 de maio de 2024 | 04:00
 
 
 
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Fenômenos climáticos extremos desafiam o planeta. Em todo o mundo, comunidades que vivem em modernidade e conforto se veem, eventualmente, lançadas a eras pregressas, sem energia elétrica, comunicações e transporte, às voltas com escassez de abrigos, medicamentos e alimentos. É fato, não são mais eventos imprevisíveis.

Sendo assim, a hora não é mais de preparar-se apenas para reconstruir, socorrer e reparar calamidades, como sinalizam lideranças políticas brasileiras ao cogitarem um “orçamento de guerra” contra crises climáticas como as chuvas recorrentes no Rio Grande do Sul.

Tantos desastres naturais sucessivos causaram prejuízo de R$ 401 bilhões ao país em dez anos, segundo calcula a Confederação Nacional de Municípios (CNM). Ao longo desse período, o Brasil teve 59.311 decretações de situação de emergência e calamidade pública, tanto por seca quanto por temporais.

Portanto, a hora é de fazer valer o ditado popular: “Prevenir é melhor do que remediar”. Sabedores de que os desastres virão, nossos líderes precisam investir na prevenção, que envolve questões econômicas e ambientais amplas, e na estrutura de resposta para quando eles ocorrerem.

Em todo o ano passado, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional destinou mais de R$ 1,4 bilhão para ações de proteção e defesa civil em 24 Estados e no Distrito Federal. A maior parte, porém, destinada a “enxugar gelo”: socorro e assistência à população, recuperação de infraestruturas e moradias danificadas ou destruídas por desastres e R$ 184 milhões para o restabelecimento de serviços essenciais.

O investimento focado no “depois” é necessário, mas, quando é dirigido ao “antes”, minimiza o drama, como Taiwan ensina ao mundo. Atingida por dezenas de tremores todo ano, em 20 anos a ilha aprimorou seu sistema de alerta precoce, mudou legislação e fiscalização sobre construções e instituiu campanhas de educação pública generalizada sobre segurança em desastres.

A destinação inteligente de recursos a mecanismos de alarme, maior qualificação das Defesas Civis e planos de contingência aliviaria o sofrimento. Se as mudanças climáticas são inevitáveis, que aprendamos a antecipar ações para minimizar seus impactos negativos.

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