Editorial

Varíola dos macacos em idosos requer atenção à prevenção

Monkeypox em população de maior idade pode pressionar serviços de saúde

Por Editorial
Publicado em 20 de agosto de 2022 | 03:00
 
 
Atenção à Monkeypox, editorial de O TEMPO Ilustração O TEMPO

A semana se encerrou com o primeiro caso de monkeypox, a chamada “varíola dos macacos”, em um idoso em Belo Horizonte. A doença viral tem avançado em todo o mundo, com mais de 35 mil ocorrências em todos os continentes e pouco mais de uma dezena de mortes – uma delas, em Belo Horizonte, no fim de julho.

Em Minas Gerais, cerca de 500 diagnósticos estão sendo investigados, sendo um quinto deles na capital. O vírus da monkeypox é menos letal e de transmissão menos eficiente do que o da Covid-19, mas gera igualmente apreensão ao atingir os idosos. Em Belo Horizonte, cerca de um décimo da população tem mais de 60 anos, que já demanda atenção de saúde diferenciada em função da idade e da maior exposição às doenças crônicas e a outras associadas ao envelhecimento natural. No período da pandemia do coronavírus, os idosos foram o grupo mais atingido na primeira fase, e muitos ainda lidam com as sequelas da Covid.

Agora, a entrada de uma nova variável, o contágio pelo vírus da varíola dos macacos, sugere a necessidade de maior atenção dos serviços de saúde e um possível aumento da demanda por essa faixa etária, que pode gerar reflexos ao longo de toda a rede ambulatorial e hospitalar se não houver prevenção desde já.

A transmissão da monkeypox ocorre por meio do contato pessoal com secreções respiratórias, contato com as lesões na pele do infectado ou mesmo com objetos usados por um doente. O círculo familiar mais próximo e o de convívio íntimo são os mais expostos ao contágio e, por isso, devem ficar atentos aos sinais, principalmente ao aparecimento de úlceras e feridas na pele ou na boca dos pacientes. Trata-se de um gesto de proteção, de respeito e atenção com os idosos e que permite evitar o avanço da doença.