EDITORIAL

Virada para o futuro

É natural haver na cidade uma maratona de 24 horas e mais de 400 espetáculos como a Virada Cultural, que começa hoje

Por Da Redação
Publicado em 20 de julho de 2019 | 03:00
 
 

Belo Horizonte respira cultura não é de hoje. Escritores como Carlos Drummond de Andrade, Oswaldo França Júnior, Fernando Sabino e Murilo Rubião viveram ou nasceram na capital. Nomes de não menor importância podem ser encontrados na música, nas artes plásticas, no teatro, na dança e nas mais diversas manifestações artísticas. Por isso, é natural haver na cidade uma maratona de 24 horas e mais de 400 espetáculos como a Virada Cultural, que começa hoje.

A expectativa da prefeitura é que 500 mil pessoas percorram pelo menos uma parte do circuito de atrações, que vão de shows de artistas do mainstream a atividades que propõem o envolvimento direto do público (veja roteiro em Magazine).

É inescapável que o fechamento de ruas e a aglomerações de pessoas provoquem transtornos ao cotidiano. Carros precisam ser desviados de seu destino, o acesso dos moradores a suas casas é dificultado, o temor de assaltos no cresce, e a falta de educação aumenta o volume de lixo jogado nas ruas.

Porém, momentos como este são essenciais para impulsionar a receita da cidade com o turismo. Apesar de as características dos eventos serem diferentes, o Carnaval, por exemplo, atraiu 4,3 milhões de pessoas, com uma média diária de turistas de 204 mil. O gasto per capita médio diário de quase R$ 300 representou um aquecimento significativo na receita do município ao longo dos dias da festa.

O volume de pessoas que chegam à capital mineira a passeio já é semelhante ao dos viajantes a negócio e para eventos – que são tradicionalmente os principais motivos pelos quais os turistas procuram a cidade.

Não faltam a BH riquezas a serem exploradas. Além da Pampulha, Patrimônio da Humanidade pela Unesco, há equipamentos urbanos como Palácio das Artes, Sala Minas Gerais, Circuito Cultural da Praça da Liberdade, museus e espaços com acervo incomparável. Recursos suficientes para que a cultura seja vista como veículo indispensável da virada para o desenvolvimento.