Jose Reis Chaves

José Reis Chaves é teósofo e biblista e escreve às segundas-feiras

Diabo e satanás não são espíritos, e nós somos os demônios

Publicado em: Seg, 13/11/17 - 02h00

Pela doutrina espírita que é ciência, filosofia e religião, ficamos sabendo pela ciência espiritualista e não, pois, só pela fé, que existem os anjos bons e os anjos maus. Kardec deixou isso muito claro, principalmente, em “O Livro dos Espíritos” e “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.

E tentaremos mostrar, nesta coluna, como frequentemente o fazemos, que as verdades espíritas estão plenamente de acordo com a Bíblia, principalmente com as verdades do Evangelho. E é, por isso, também, que temos até ousado dizer que a religião mais bíblica é o espiritismo, e que as outras denominadas também de cristãs, na verdade, são seguidoras dos dogmas. Sabemos que os teólogos do cristianismo proclamam à saciedade que o espiritismo não é cristão. Mas é cristão sim, pois o que é ser cristão senão ser discípulo do excelso Mestre, ou seja, aquele que aceita e procura pôr em prática os seus ensinamentos? E foi Ele próprio que definiu os que são seus discípulos e, pois, cristãos: “Conhecereis meus discípulos por se amarem uns aos outros como eu vos amei” (João 13:35).

Mas, vamos ao assunto principal desta matéria. O que são anjos? Essa palavra não é explicada pelos líderes religiosos aos seus fiéis, porque ela lembra o espiritismo, isto é, o contato de pessoas com espíritos. Anjo quer dizer mensageiro (“aggelos” em grego, a língua original do Novo Testamento). Mas que mensageiro é esse? É um espírito, portanto, do mundo espiritual. Aliás, é exatamente porque é do mundo espiritual que o mensageiro angélico é um espírito.

Os anjos bons não existem, desde todas as eternidades, mas somente depois que foram criados por Deus e depois que atingiram a perfeição de anjos. Eles podem ser bons ou maus. E, a propósito, surge a pergunta: Deus criou esses espíritos maus? Não, pois Deus só cria coisas boas ou seres bons. Isso quer dizer que os anjos maus se tornaram maus por eles mesmos. E essa é outra questão sobre a qual os líderes religiosos evitam falar também para os seus fiéis que nada sabem sobre anjo. Ademais, para os líderes religiosos, às vezes, como eles mesmos dizem, é perigoso falar sobre anjos, tudo porque os anjos são espíritos humanos como são conhecidos pela grande maioria dos estudiosos de religiões.

Anjos maus são também aqueles que os teólogos decidiram chamar simplesmente de demônios, isto é, como diz também o Evangelho, espíritos impuros (ainda não purificados). E esses espíritos ainda impuros nada mais são do que espíritos humanos, e não de outra categoria, como imaginou uma parte dos teólogos cristãos antigos, pois, demônio (“daimon” em grego), quer dizer alma ou espírito humano, gênio, espírito familiar). É só olharmos essa palavra, em qualquer dicionário, para constatarmos essa verdade. E não confundamos demônios com satanás e diabo, que nem espíritos são, mas apenas símbolos do mal.

Os anjos (mensageiros), já o dissemos, são espíritos bons (anjos bons) ou espíritos maus (anjos maus), que se tornaram bons ou maus por eles mesmos. Os que se tornaram bons foi através de sua evolução espiritual moral, no decorrer dos milênios, pois como espíritos humanos que eles são, são imortais.

E porque, muito antes de a humanidade passar a habitar a Terra, os anjos ou mensageiros já existiam, manifestando-se, muitas vezes, para os médiuns terrestres, algumas religiões concluíram erroneamente que eles sempre existiram!

PS: “Presença Espírita na Bíblia”, com este colunista, na TV Mundo Maior.

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