Jesus escolheu para a sua encarnação o povo judeu, porque era o único povo antigo que já tinha uma religião oficialmente monoteísta. A Bíblia sempre ensinou que o Messias enviado por Deus é um homem. Jesus é Filho de Deus todo especial e é um irmão nosso (João 20: 17), pois Ele afirmou que nós somos também filhos de Deus. Aliás, é o que oramos no Pai Nosso. E disse Paulo: “O próprio Espírito testifica, com o nosso espírito, que somos filhos de Deus” (Romanos 8: 16). E, se Jesus e nós somos filhos de Deus, Jesus como diz a doutrina espírita é o nosso irmão maior.

Pela Bíblia, Jesus não é mesmo Deus, a não ser um Deus relativo, o Deus da Terra, um Deus criado, mas não o Deus absoluto do universo como o é o Deus Pai e Mãe de todos nós, o único Deus incriado ou não gerado. “Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós, com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis” (Pedro em Atos 2: 22). Pedro disse ainda que Jesus é um profeta (Atos 3: 22). Quem melhor do que ele para nos mostrar que Jesus é um homem, e não Deus? Também para Isaías, Jesus é servo e anjo de Deus (Isaías 50: 10; e 63: 9). E o próprio Jesus afirmou, na sua ressurreição ou aparição para Maria Madalena, que Ele é nosso irmão. “Mas ide ter com meus irmãos, e dizei-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (João 20: 17).
“Porque o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; ele é chamado o Deus de toda a Terra” (Isaías 54: 5). Por essa passagem de Isaías, Deus é o Senhor dos Exércitos. Jesus é o Cidadão Santo e o Redentor de Israel. É bem claro, pelo texto, que Jesus, o Messias, como já foi dito, é um homem, e Deus mesmo é só o Pai. Aliás, não podemos esquecer de que Jesus Cristo é criatura, pois foi criado, enquanto o Deus verdadeiro é incriado. Os teólogos dizem que Jesus não foi criado, mas gerado por Deus. Essa diferença entre os verbos “criar” e “gerar” é muito fraca para nos convencer de que Jesus é outro Deus tal qual o Pai que O gerou ou O criou! Isso é coisa de teólogos que só foram vitoriosos na doutrina da divinização de Jesus, porque tiveram o apoio do poder civil do imperador Constantino, que foi quem convocou e dirigiu o Concílio Ecumênico de Niceia (325), que decretou que Jesus é também Deus tal qual o Pai, o que é um absurdo!

Jesus disse que na casa do Pai, isto é, no universo, há várias moradas. E, assim, o bom senso nos leva a crer que, se Jesus é o Deus da Terra, os deuses de outros planetas habitados devem ter também os seus próprios messias e redentores, que, igualmente, seriam outros deuses absolutos semelhantes a Jesus, o que nos levaria a crermos em vários deuses absolutos, ou seja, no politeísmo, o que, escandalosamente, abalaria as bases monoteístas do cristianismo!

Realmente, como ficou claramente demonstrado pela Bíblia, Jesus é um homem servo de Deus, um profeta, nosso irmão e o Messias enviado de Deus, e jamais outro Deus absoluto, a não ser que o cristianismo seja uma religião politeísta! Aliás, é essa divindade politeísta de Jesus que mais afasta o islamismo do cristianismo!

Perguntas, críticas e sugestões para o programa “Presença Espírita na Bíblia”, apresentado por este colunista na TV Mundo Maior (SP): pesenca@tvmundomaior.com.br