Os teólogos antigos eram muito pouco evoluídos em conhecimentos sobre Deus. Por isso, eles erraram muito quando falaram sobre Deus Pai e, também, sobre nós, do ponto de vista do nosso futuro como espíritos imortais que somos.

Eles, os teólogos antigos, ensinaram que os nossos pecados, por ofenderem um ser infinitamente bom e perfeito que é Deus, mereciam também uma pena infinita, ou seja, as do inferno sem fim. Ora, os teólogos de hoje, mais evoluídos, além de saberem que Deus não sofre com os nossos pecados, como diz Jó (no capítulo 35, a partir do versículo 4), sabem que nada existe sem Deus permitir. E Ele permite o mal, porque pode transformá-lo em bem para nós, e não em bem para Ele, pois Ele é imutável.

Amor infinito

Além do amor infinito que Deus tem e vários outros atributos de perfeição também infinitos, destaca-se o da onisciência. Quer dizer que Ele sabe tudo, antes, durante e depois de tudo que existe e vier a existir, feito por Ele ou por nós, que buscamos sempre o bem para nós e devemos buscar o bem para o nosso semelhante, o que nem sempre acontece. E é isso que é pecado. É amar menos nosso semelhante do que amamos a nós mesmos.

São João Evangelista nos ensina que Deus é amor (1 João 4:8), e é claro que é amor infinito. E disso se conclui que seria um absurdo ou uma incongruência Deus criar um espírito sabendo que o fim dele seria para sempre viver no tal do inferno imaginado por uma parte dos teólogos e por Dante Alighiere, quando o Excelso Mestre deixou claro em Mateus 5:26, de acordo com a lei de causa e efeito, que nós mesmos é que pagaremos tudo até o último centavo, quando então não pagaremos mais nada!

Sacrifício de Jesus

E, sendo assim, será que o sacrifício de morte de Jesus na cruz foi mesmo necessário para a remissão de nossos pecados? São Paulo – com  todo meu respeito a ele –, como judeu fervoroso que era, exaltou esse sacrifício de morte de Jesus na cruz, o qual seria muito agradável a Deus, e disse que tal sacrifício substitui, pela sua importância, todo e qualquer outro, para pagar a Deus os nossos pecados (1 Coríntios 15: 3-4), mas Jesus diz que nós é que temos de pagar tudo até o último ceitil (Mateus 5:26). 

Ademais, disse também Jesus: “Basta de sacrifícios, eu quero é misericórdia” (Mateus 9:13). E Jesus nos foi enviado por Deus – que não sofre com nossos pecados – para nos trazer o Evangelho que salva ou para ser cruelmente assassinado?

Como, portanto, entender o Deus Pai de amor infinito que teria exigido esse cruel assassinato de seu Filho na cruz, tão amado por Ele, para nos livrar do inferno de tanto ódio divino, vingativo e sem fim?

(*) Com este colunista, professor de português e literatura aposentado, “Espírita na Bíblia” na TV Mundo Maior. Palestras e entrevistas em TVs com ele (YouTube e Facebook). Seus livros estão também na Amazon, inclusive os em inglês. E a tradução da Bíblia (Novo Testamento). contato@editorachicoxavier.com.br (Cassia e Cléia)