Música

Essa banda é um caso de família

Banda Aldo tem se destacado com um trabalho que mistura rock e música eletrônica | Foto: JOSÉ DE HOLANDA/DIVULGAÇÃO
PUBLICADO EM 13/03/15 - 11h57

Quando os irmãos paulistanos André e Murilo Faria tomavam uma cerveja e conversavam sobre as curiosas, perigosas e surreais histórias que viveram, ainda crianças, com um de seus tios, o Aldo, tiveram uma ideia: montar uma banda para contar alguns desses casos. Foi assim que “nasceu” um outro Aldo, a banda.

O projeto vingou. Pouco mais de dois anos gravando, tocando pelo Brasil e debatendo com a família questões relativas ao respeito à privacidade do tio Aldo, eles estreiam em Belo Horizonte. No próximo sábado (21), se apresentam no Granfinos dentro de um evento que reúne duas das principais festas do underground da cidade: Wannabe e Discothèque.

As histórias do tio Aldo são, naturalmente, assunto das entrevistas que eles dão. Mas depois de revelarem algumas dessas histórias – politicamente incorretas, por sinal – eles tiveram que mudar o comportamento. “A gente fez um pacto na família. Tivemos que prometer que nunca mais contaríamos as mais cabeludas. Prometemos diretamente à tia Huguete, que é mulher dele. Ela é uma das nossas maiores fãs e resolvemos parar de contar”, diverte-se André.

Anos 80

Com uma bagagem musical vinda de outros projetos conhecidos na cena paulista, como Tchucbandionis e Faria & Mori, somada à sua habilidade com vários instrumentos, André aliou forças com Murilo e seu interesse pelas sonoridades eletrônicas, que ele já vinha explorando ao discotecar como DJ Mura nas noites de São Paulo. Assim, e inspirados pelo som de ingleses dos anos 80, como Happy Mondays, Joy Division e New Order, eles gravaram “Is Love” (2013), disco de estreia que eles trazem para BH. O resultado é um som dançante, “feito pra pista”, como explica André: “Mas é não necessariamente pra uma pista eletrônica. A gente fala que é feito pra pista porque tem um astral de curtir, de se divertir”.

Envolvido em um som repleto de efeitos, característica marcante dos grupos que não têm medo de abusar dos sintetizadores, André canta suas composições em inglês. “Acho que o nosso som está mais preocupado com a musicalidade das canções do que com alguma mensagem. Como nosso som tem muita referência de música eletrônica, achamos mais coerente cantar em inglês”, opina.

Mas isso não significa distância das criações brasileiras, também influenciadoras do trabalho deles. Escutaram muito Egberto Gismonti com o pai, Banda Black Rio com o tio Aldo e, até hoje, gostam demais de Eumir Deodato, especialmente Murilo.

Apesar da composição, produção e gravação ficarem por conta de André e Murilo, os irmãos paulistas chegam a Belo Horizonte na formação que usam nos shows: acompanhados de Érico Theobaldo (bateria) e Isidoro “Snake” Cobra (baixo).

Antes daqui, o grupo tocou em festivais importantes como o Popload, em São Paulo, e o Molotov, em Recife. “Esse ano vamos tocar em um festival no exterior, um festival grande e bem legal, mas ainda não podemos falar qual é”, diz André.

Aldo
Na festa Wannabe + Discothèque.
Granfinos (av. Brasil, 326, Santa Efigênia, 3241-1482). Dia 21 (sábado), às 22h. R$ 30 (1º lote, inteira)